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domingo, 28 de junho de 2009

DIA INTERNACIONAL DO ORGULHO GAY.

Preconceito dificulta dimensionar comunidade homossexual.
Edileine Ferreira Guimarães: Notícia publicada na edição de 28/06/2009 do Jornal Cruzeiro do Sul.

Esse preconceito está arraigado em nossa cultura e vem de um tempo em que não se sabia muito sobre o assunto.
Estatísticas exatas são impossíveis e não há como saber quantos homossexuais existem no Brasil. Algumas entidades representativas estimam em 10% de toda a população brasileira e a pesquisa Mosaico Brasil, divulgada pelo Estruturação - Grupo LGBT de Brasília -, identificou os índices da população gay nos estados. Conforme os dados dessa estudo, em São Paulo 9,4% dos homens e 7% das mulheres são homossexuais, conforme informa o site Mundo Mais. Pode-se indagar: foram usados métodos científicos e os resultados são mesmo confiáveis? A verdade é que mesmo que a pesquisa seja séria e abrangente, os números não seriam considerados absolutos. Motivo: há muitas pessoas que - com medo do preconceito - não assumem a condição de homossexual e permancecem - como eles mesmos dizem - dentro do armário.

Em Sorocaba, não há entidades ou estatísticas registradas que revelem a porcentagem de gays na população, mas uma boate que funciona em um dos bairros mais nobres da cidade, e que tem uma programação bastante movimentada durante todo o ano revela que esse público existe, em bom número e a cada dia ganhando mais espaço. Mesmo que de forma velada.
Motivos para o medo de revelar-se não faltam. Assumir-se gay é aceitar os mais variados (e cruéis) títulos e legendas proferidas por pessoas de todas as idades. A maioria limita-se às piadinhas e xingamentos, mas há quem realmente não aceite a homossexualidade e parta para a violência.

Um caso recente desse tipo de comportamento levou à morte o cozinheiro Marcelo Campos Barros, de 35 anos, que foi espancado por desconhecidos no último dia 14 de junho, na Parada Gay realizada em São Paulo. O rapaz não foi a única vítima registrada no evento, considerado o maior do mundo e que levou mais de 3 milhões de pessoas à avenida Paulista, na Capital. Outros dois rapazes foram agredidos (um deles menor de idade) e precisaram ser socorridos. Isso sem falar, é claro, daqueles que preferiram sofrer as agressões sem reclamar para evitar que as pessoas saibam da participação na Parada Gay. Mas qual será o motivo disso? Porque é que causa tanto incômodo um homem preferir outro homem e uma mulher preferir outra mulher para se relacionar?

Preconceito
A psicóloga Maria Florentina (Flor) N. G. Retondo afirma que a falta de informação e a ignorância formam o preconceito que é passado de geração para geração. E é esse sentimento que causa a homofobia (aversão a homossexuais). Esse preconceito está arraigado em nossa cultura e vem de um tempo em que não se sabia muito sobre isso, explica.
A homossexualidade por muito tempo foi considerada um distúrbio mental e somente em 1993 foi retirada da lista de doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS), depois de muita pressão da comunidade gay.

Flor explica que nessa época acreditava-se que as dificuldades familiares causavam esse desvio mental. O gay - conforme pensavam - era fruto de um lar desestruturado, onde o pai era ausente e a mãe, super protetora, por exemplo. Ela conta ainda que esse conceito de que a homossexualidade é um distúrbio mental, mesmo depois da comprovação contrária, permanece e muitas pessoas ainda acreditam que é possível tratar ou curar. Outros acham que é um desvio de comportamento acreditando que a homossexualidade é sem-vergonhice e isso gera preconceito, afirma. Ela lembra: O preconceito é adquirido durante a vida, não é nato.
É esse tipo de pensamento homofóbico que os movimentos pelo orgulho gay querem derrubar, para mostrar que são pessoas com direitos e deveres como todas as outras. Para Flor, além de fazer valer os direitos de cidadão, o movimento ajuda a construir uma geração de pessoas mais felizes. Gays assumidos não constróem uma família formal em relacionamentos heterossexuais de fachada apenas para agradar a sociedade, diz a psicóloga. Se não há ruptura ou destruição de um lar mal formado, também não há dor, conforme avalia Flor.

A psicóloga também lembra que um erro comum é dizer que ser gay é a opção sexual de alguém. Ninguém opta por ser gay. Esse é um jeito de ser de cada um, mas as pessoas não escolhem ser ou não ser, por isso não é opção. Flor questiona: Quem é que, por livre e espontânea vontade, escolhe ser ridicularizado, ser insultado e passar por tudo que um homossexual passa quando todos sabem de sua condição

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