traducir esta página Translate this Page Traduci questa pagina traduire cette page

Google-Translate-ChineseGoogle-Translate-Portuguese to FrenchGoogle-Translate-Portuguese to GermanGoogle-Translate-Portuguese to ItalianGoogle-Translate-Portuguese to JapaneseGoogle-Translate-Portuguese to EnglishGoogle-Translate-Portuguese to RussianGoogle-Translate-Portuguese to Spanish

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Golfinhos Calderon são chacinados na Ilha Faroe, na Dinamarca.

Jovens juntam-se para se assumirem como

Os golfinhos são uma das espécies que melhor interage com o homem
O golfinho Calderon aproxima-se, como a maior parte dos golfinhos, do homem para interagir como mostra de amizade.

Quando são capturados junto à praia, são cortados com ganchos grossos. E o mar se enche de sangue…

Este é o conteúdo. As imagens que se seguem são brutais.

Antes de te mostrar as imagens, estive a tentar investigar de forma a tentar apurar se realmente isto era tal e qual o que dizia em todos os sites.

Quando é escrito um post neste blog, ele chega a ser lido mais de 50,000 vezes. Se algo não for verdadeiro, então vira uma mentira gigantesca em muito pouco tempo. A responsabilidade é grande.

O que apurei foi que não são apenas golfinhos, mas sim também baleias piloto e baleias de bico.

A captura de baleias nas Ilhas Faroe é uma actividade que existe desde 1584 e é gerida pelas autoridades competentes. As ilhas têm o seu próprio parlamento desde 1948, o que significa que o governo dinamarquês nada pode fazer para alterar a tradição. As ilhas Faroe são maioritariamente preenchidas por pedras e rochas, aniquilando qualquer possibilidade de subsistirem através da agricultura. Estas ilhas não fazem parte da Comunidade Europeia.

A PETA tem uma página onde poderás fazer algo para parar este massacre.

Aqui ficam as fotos do momento da caçada:

O mar fica vermelho





Eu só pergunto porquê. Porque realmente não entendo.

Não consigo conceber como se matam animais com a mesma tranquilidade que se troca de camisa. Gosto de imaginar que o mundo é muito mais bonito do que aquilo que eu vejo…

Relativamente à questão da Maria Carolina sobre se o Greenpeace tem algo a dizer sobre o assunto, eis a resposta da Greenpeace:

A Greenpeace opõe-se a qualquer actividade humana que seja prejudicial para as populações de baleias, incluindo -- mas não apenas -- todos os tipos de caça comercial sob qualquer pretexto, e sob quaisquer circunstâncias. Daí que também se opõe à matança de baleias piloto nas Ilhas Faroe.

A Greenpeace continua a trabalhar para a criação de grandes reservas marinhas e de fortalecimento da Comissão Baleeira Internacional do (ICW) para a proibição da caça comercial de baleias.

Infelizmente, a caça de baleias-piloto ainda não está regulamentada pela IWC. Enquanto o Greenpeace não tem uma campanha específica sobre as baleias-piloto, em muitos anos priorizou o confronto de baleias em larga escala no alto mar. A Greenpeace está trabalhando a todos os níveis para garantir que a ICW no futuro irá proteger todas as baleias -- incluindo pequenas baleias, golfinhos e botos, e, portanto, as baleias-piloto.

Fonte: Resposta GreenPeace Internacional via Facebook

Não tenho o direito nem a coragem de fazer juízos de valores relativamente a um assunto como este. Tenho, no entanto, a minha opinião, que é formada através dos valores nos quais cresci. E choca-me que existam este tipo de actividades, seja em que país ou cultura aconteça. Mas o mundo é assim mesmo.

Recebi este mail enviado pela minha mãe apenas hoje. E, por coincidência, levámos ontem a nossa filha ao Aquário Vasco da Gama e ao Oceanário. Ela queria ver peixes e tubarões. Ali ficámos horas a ver peixes, tubarões, anémonas e afins. Perguntou pelos golfinhos mas expliquei-lhe que se ali estivessem golfinhos, iriam andar à luta com os tubarões. (nunca me tinha lembrado de tal coisa)

E continuo a acreditar que na educação se faz o mundo de amanhã. De preferência, sem a morte de animais. E continuo também a acreditar na teoria de Albert Einstein:

“Nada irá beneficiar tanto a saúde da humanidade e o aumento das chances de sobrevivência da vida na Terra quanto uma evolução para uma dieta vegetariana.”

A Valéria transcreveu este texto que acho fabuloso e que é importante acrescentar a tudo o que escrevi. Aqui fica a transcrição completa:

O Ministério de Assuntos Exteriores e as Embaixadas da Dinamarca têm recebido correspondência que expressa sentimentos causados pelas imagens que circulam na Internet e que retratam cenas de caça a baleias-piloto nas Ilhas Faroé e que, normalmente, vêm acompanhadas de comentários difamatórios.

Antes de se fazer qualquer julgamento sobre a caça a baleias em geral, ou, em particular, sobre a pesca de baleias-piloto nas Ilhas Faroé, é necessário complementar uma possível primeira impressão estética negativa sobre a questão, além de informações imprecisas, com considerações baseadas em factos reais sobre o assunto, assim como diversas questões de princípio, tais como:

Factos sobre a caça a baleias-piloto podem ser obtidos na página www.whaling.fo. Incluem o seguinte:

  • A finalidade da caça é para produção de alimentos
  • A caça é regulamentada pelas autoridades
  • A caça é biologicamente sustentável
  • As autoridades levam a sério o aspecto do bem-estar animal da caça

Pode ser útil, também, ver esta forma de alimentação num contexto mais amplo, incluindo várias questões:

  • Questões relacionadas com o bem-estar dos animais: como se compara esta caça a baleias, e outras caças de grandes mamíferos no seu habitat natural, com o tratamento de animais criados em quintas durante os seus ciclos de vida e de animais tidos como pragas?
  • Ética de produção alimentar: a refeição à base de carne de baleia-piloto representa maior ou menor grau de dor/sofrimento causado pelo homem comparativamente aos pratos que normalmente comemos na nossa própria cultura?
  • Factores geográficos e nutricionais: disponibilidade de fontes alternativas de alimentos, em particular em ilhas e em áreas costeiras remotas, sobretudo nas zonas árcticas e subárcticas do mundo;
  • Diversidade cultural e tolerância/intolerância a pessoas com diferentes preferências alimentares e/ou diferentes atitudes com relação a diferentes animais;
  • Senso de proporção: quão importante é este assunto comparado a outras preocupações ambientais ou de bem-estar animal face ao mundo contemporâneo?
  • Actualmente, a sociedade faroense está a debater sobre a eventual paralisação da caça tendo em conta advertências médicas em relação à alimentação de carne e gordura de baleia, devido à contaminação química. Baleias com dentição, como as baleias-piloto, estão no alto da cadeia alimentar marítima, e estão, portanto, mais propensas que a maioria dos outros organismos marinhos a acumular substâncias tóxicas do oceano. A energia utilizada nos protestos contra a caça nas Ilhas Faroé seria mais sensata se direccionada ao aumento da poluição nos oceanos que ameaça a vida de todos.

As Ilhas Faroé têm autonomia no Reino da Dinamarca. As Ilhas não estão incluídas na adesão da Dinamarca à União Europeia. Assuntos relacionados com a indústria, a agricultura, o meio ambiente, a pesca e a caça de baleias estão sujeitos à autonomia das Ilhas Faroé.

Caso queira dirigir-se às autoridades das Ilhas Faroé a respeito da caça a baleias-piloto, o endereço de e-mail do Departamento de Assuntos Exteriores do Governo das Ilhas Faroé é mfa@mfa.fo

O endereço de e-mail do Departamento de Pesca e Assuntos Marítimos é fisk@fisk.fo

A ANIMAIS.O.S MOSTRA A VERDADE E NÃO ESTÁ APOIANDO DE FORMA ALGUMA ESTA MATANÇA, MAS JÁ PAROU PARA PENSAR QUE ELES MATAM UM ANIMAL QUE VIVEU ATÉ ESTE DIA EM LIBERDADE?

NOSSA ALIMENTAÇÃO É DIFERENTE, NÓS MATAMOS BOVINOS, CAPRINOS, SUINOS, AVES , ETC… MAS A DIFERENÇA ESTÁ NA LIBERDADE. OS “NOSSOS” VIVEM EM CATIVEIROS A VIDA INTEIRA E O DESTINO É A MORTE.

ELES VIVEM FELIZES ATÉ O DIA “D”? VOCÊ SABE DA VIDA QUE ESTES ANIMAIS LEVAM?

NÃO JULGUE OUTRA CULTURA SE VOCÊ SE ENCONTRA EM UMA DAS PIORES DO MUNDO!

FAÇA VALER COM EXEMPLO!

(Marcos Brandão -- Presidente Fundador ANIMAIS.O.S)
Fonte: Ministry of Foreign Affairs of Denmark”



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

BOB DYLAN

Jokerman

Composição: Bob Dylan

Standing on the waters casting your bread
While the eyes of the idol with the iron head are glowing.
Distant ships sailing into the mist,
You were born with a snake in both of your fists while a hurricane was blowing.
Freedom just around the corner for you
But with the truth so far off, what good will it do?

Jokerman dance to the nightingale tune,
Bird fly high by the light of the moon,
Oh, oh, oh, Jokerman.

So swiftly the sun sets in the sky,
You rise up and say goodbye to no one.
Fools rush in where angels fear to tread,Both of their futures, so full of dread, you don't show one.
Shedding off one more layer of skin,
Keeping one step ahead of the persecutor within.

Jokerman dance to the nightingale tune,
Bird fly high by the light of the moon,
Oh, oh, oh, Jokerman.

You're a man of the mountains, you can walk on the clouds,
Manipulator of crowds, you're a dream twister.
You're going to Sodom and Gomorrah
But what do you care? Ain't nobody there would want to marry yoursister.
Friend to the martyr, a friend to the woman of shame,
You look into the fiery furnace, see the rich man without anyname.

Jokerman dance to the nightingale tune,
Bird fly high by the light of the moon,
Oh, oh, oh, Jokerman.

Well, the Book of Leviticus and Deuteronomy,
The law of the jungle and the sea are your only teachers.
In the smoke of the twilight on a milk-white steed,
Michelangelo indeed could've carved out your features.
Resting in the fields, far from the turbulent space,
Half asleep near the stars with a small dog licking your face.

Jokerman dance to the nightingale tune,
Bird fly high by the light of the moon,
Oh. oh. oh. Jokerman.

Well, the rifleman's stalking the sick and the lame,Preacherman seeks the same, who'll get there first isuncertain.
Nightsticks and water cannons, tear gas, padlocks,Molotov cocktails and rocks behind every curtain,
False-hearted judges dying in the webs that they spin,Only a matter of time 'til night comes steppin' in.

Jokerman dance to the nightingale tune,
Bird fly high by the light of the moon,
Oh, oh, oh, Jokerman.

It's a shadowy world, skies are slippery gray,A woman just gave birth to a prince today and dressed him inscarlet.
He'll put the priest in his pocket, put the blade to the heat,
Take the motherless children off the street
And place them at the feet of a harlot.
Oh, Jokerman, you know what he wants,
Oh, Jokerman, you don't show any response.

Jokerman dance to the nightingale tune,
Bird fly high by the light of the moon,
Oh, oh, oh, Jokerman.

TRADUÇÃO

Curinga

Sobre as águas, jogando seu pão,
Enquanto os olhos do ídolo, com a cabeça de ferro, estão brilhando.
Barcos distantes rumo à bruma seguem seus cursos,
Você nasceu com uma cobra em seus pulsos, enquanto um furacão estava soprando
Liberdade logo ao virar a esquina para você
Mas, com a confiança tão longe, de que servirá?

Curinga dance para a melodia do rouxinol,
Pássaro, voe alto ao luar
Oh, oh, oh, Curinga.

O sol põe-se tão velozmente no céu,
Você se levanta e diz adeus para ninguém.
Tolos correm para lugares onde anjos temem pôr seus pés,
O futuro dos dois, tão cheios de temor, você não tem nenhum.
Mudando mais uma camada de pele,
Mantendo-se a um passo a frente do perseguidor dentro de você.

Curinga dance para a melodia do rouxinol,
Pássaro, voe alto ao luar
Oh, oh, oh, Curinga.

Você é um homem das montanhas, você pode andar nas nuvens,
Manipulador de multidões, você distorce sonhos.
Você irá para Sodoma e Gomorra,
Mas o que te importa? Lá ninguém vai querer casar com a sua irmã.
Amigo do mártir, um amigo da mulher que causa vergonha,
Você olha dentro da fornalha escaldante, vê um homem rico sem nome.

Curinga dance para a melodia do rouxinol,
Pássaro, voe alto ao luar
Oh, oh, oh, Curinga.

Bem, o Livro do Livítico e Deuteronômio,
A lei da selva e do mar são seus únicos professores.Na fumaça do crepúsculo sobre um corcel lácteo,
Michelangelo realmente poderia ter esculpido sua feição.
Repousando nos prados, longe do espaço turbulento,
Meio adormecido perto das estrelas, com um pequeno cachorro lambendo seu rosto.

Curinga dance para a melodia do rouxinol,
Pássaro, voe alto ao luar
Oh, oh, oh, Curinga.

Bem, o fuzileiro aproxima-se silenciosamente dos doentes e aleijados,
O pregador busca o mesmo, quem chegará lá primeiro é incerto.
Cassetetes e canhões de água, gás lacrimejante, cadeados,
Coquetéis molotov e pedras atrás de cada cortina,
Juízes pérfidos morrendo nas teias que eles mesmos tecem,
É só uma questão de tempo até que a noite se instale.

Curinga dance para a melodia do rouxinol,
Pássaro, voe alto ao luar
Oh, oh, oh, Curinga.

É um mundo sombrio, céus são escorregadiamente cinzentos,
Uma mulher acabou de dar à luz a um príncipe hoje e o vestiu de escarlate.
Ele irá pôr o padre no bolso, pôr a lâmina para aquecer,
Tirem as crianças sem mães da rua
E coloquem-nas aos pés de uma meretriz.
Oh, Curinga, você sabe o que ele quer,
Oh, Curinga, você não demonstra nenhuma reação.

Curinga dance para a melodia do rouxinol,
Pássaro, voe alto ao luar
Oh, oh, oh, Curinga.

BOB DYLAN

Lay, Lady, Lay

Composição: Bob Dylan

Lay, lady, lay, lay across my big brass bedLay, lady, lay, lay across my big brass bedWhatever colors you have in your mind
I'll show them to you and you'll see them shine

Lay, lady, lay, lay across my big brass bedStay, lady, stay, stay with your man awhileUntil the break of day, let me see you make him smile

His clothes are dirty but his hands are cleanAnd you're the best thing that he's ever seen

Stay, lady, stay, stay with your man awhileWhy wait any longer for the world to begin
You can have your cake and eat it too
Why wait any longer for the one you love
When he's standing in front of you

Lay, lady, lay, lay across my big brass bedStay, lady, stay, stay while the night is still ahead
I long to see you in the morning light
I long to reach for you in the night
Stay, lady, stay, stay while the night is still

Lay, Lady, Lay (Tradução)

Deite, senhora, deite, deite-se em minha grande cama de metal
Deite, senhora, deite, deite-se em minha grande cama de metal
Quaisquer cores que você tenha em sua mente
Eu as mostrarei a você e você as verá brilhar

Deite, senhora, deite, deite-se na minha cama de metal
Fique, senhora, fique, fique por algum tempo com o seu homem
Até o amanhecer, me deixe ver você fazê-lo sorrir
As roupas dele estão sujas, mas as mãos dele estão limpas
E você é a melhor coisa que ele já viu

Fique, senhora, fique, fique por algum tempo com o seu homem
Por que esperar mais pelo começo do mundo
Você pode ter o seu bolo e pode comê-lo também
Por que esperar mais por quem você ama
Quando ele esta de pé em frente a você

Deite, senhora, deite, deite-se na minha cama de metal
Fique, senhora, fique, enquanto ainda é noite
Eu desejo vê-la a luz da manhã
Eu desejo alcançar a noite para você
Fique, senhora, fique, enquanto ainda é noite

PINK FLOYD

Wish You Were Here

Composição: David Gilmour / Roger Waters

So,
So you think you can tell
Heaven from Hell,
Blue skies from pain
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?

Did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
Did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?

How I wish, how I wish you were hereWe're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears
Wish you were here

TRADUÇÃO:

Queria Que Você Estivesse Aqui

Então,
Então você acha que consegue distinguir
O paraíso do inferno
Céus azuis da dor
Você consegue distinguir um campo verde
de um frio trilho de aço?
Um sorriso de um véu?
Você acha que consegue distinguir?

Fizeram você trocar
Seus heróis por fantasmas?
Cinzas quentes por árvores?
Ar quente por uma brisa fria?
Conforto frio por mudança?
Você trocou
Um papel de coadjuvante na guerra
Por um papel principal numa cela?

Como eu queria, como eu queria que você estivesse aqui
Somos apenas duas almas perdidas
Nadando num aquário
Ano após ano
Correndo sobre este mesmo velho chão
O que encontramos?
Os mesmos velhos medos
Queria que você estivesse aqui

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Crase em adjunto adverbial feminino

Os adjuntos adverbiais de instrumento recebem crase. Mas será é que esse é também o caso de "escrever à maquina"? As expressões adverbiais femininas costumam ser grafadas com acento grave no "a" ou no "as". São muitas as expressõs. Veja algumas:

Fique à vontade.

Às vezes eu visito a minha tia.

A cidade ficou às escuras.

Vamos conversar às claras.

Expressões adverbiais femininas costumam ser grafadas com acento grave indicador de crase no "a" ou no "as".

Quando se trata de instrumento ou meio, caso de "a máquina", há divergências entre os gramáticos. Alguns argumentam que ninguém diz, por exemplo, que o barco é "ao remo", e sim que o barco é "a remo"; do mesmo modo, um barco não pode ser "ao vapor", e sim "a vapor"; não se escreve algo "ao lápis", e sim "a lápis". Seria coerente com isso, portanto, que não acentuássemos o "a" ou "as" das expressões femininas que indicassem instrumento. Portanto seria adequado não colocar o acento.

Outros argumentam, porém, que, se as demais expressões adverbiais femininas recebem crase, as designadoras de instrumento ou meio também devem receber.

Então o que fazer? Uma vez que não há consenso sobre essa questão, seria admissível tanto usar a crase como não usá-la em adjuntos similares a "à máquina". Mas cuidado: esse uso facultativo só é possível em relação a adjuntos adverbiais de meio ou instrumento. Nas demais expressões adverbiais com palavras femininas, a crase é obrigatória.

Acento grave

"à beça", "às vezes"

Crase é uma palavra grega que significa fusão. No caso, a fusão de um "a" com outro "a". Comumente, da preposição "a" com o artigo "a". Assim, crase é o fenômeno da língua, o fenômeno da fusão, que é assinalado com o acento grave.

Portanto a "crase", tecnicamente, NÃO É o nome do acento. Na verdade, o acento chama-se grave.

Atente para o verso abaixo, tirado da canção "Morro Velho", de Milton Nascimento:

... some longe o trenzinho ao Deus-dará...

"Ao" seria a fusão de "a" mais "o". Ao Deus-dará, ao acaso, ao sabor do destino. Nas expressões masculinas somam-se as vogais, em vez de fundi-las. Não há a fusão porque as vogais são diferentes. E o que aconteceria nas expressões femininas equivalentes?

Djavam responde na sua canção "Se":

... você me diz à beça e eu nessa de horror...

A expressão " à beça" indica intensidade. No caso, significa "você me diz muito". Como também é uma expressão feminina, temos a mais a. Logo, fundimos as vogais iguais e chegamos ao "a" com acento grave: "à".

Veja esta letra, da canção "A Promessa", gravada pelos Engenheiros do Hawaii:

...Estou ligado a cabo a tudo que acaba de acontecer.

Propaganda é a alma do negócio:

no nosso peito bate um alvo muito fácil.

Mira a laser... miragem de consumo

latas e litros de paz teleguiada...

Será "a cabo" ou "à cabo" ? Observe que "cabo" é palavra masculina, que não poderia ser precedida pelo artigo "a". Portanto "a cabo" não leva o acento indicativo de crase porque não houve nenhuma fusão.

Na mesma letra, temos as expressões "a tudo" e "a laser". "Tudo" e "laser" também não são palavras femininas. A primeira é pronome e a segunda é substantivo masculino. Assim, não existe fusão entre preposição e artigo porque nem "tudo" nem "laser" são precedidas pelo artigo feminino a. Portanto o que os antecede é somente preposição.

E a expressão "às vezes" levaria crase? Vejamos como procederam os Engenheiros do Hawaii na canção "Às vezes nunca":

Tô sempre escrevendo cartas que nunca vou mandar

pra amores secretos, revistas semanais e deputados federais.

Às vezes nunca sei se "às vezes" leva crase

às vezes nunca sei em que ponto acaba a frase...

Notem que a canção tem teor metalingüístico. Tematiza-se a própria indecisão em colocar crase em "às vezes". Trata-se de expressão adverbial feminina de tempo. Ao substituirmos essa expressão por uma equivalente com palavra masculina, usamos ao em vez de às:

Faço ginástica apenas aos sábados.

Aos domingos, visito minha avó.

Portanto, na expressão "às vezes", formada por palavra feminina ("vez"), a crase será de rigor já que ocorre a fusão entre artigo e preposição. Devemos usar o acento grave indicador de crase.

É importante prestar atenção no sentido que "vezes" possui na frase. Por exemplo:

Eu faço as vezes de médico.

Nesse caso não existe acento, já que "vezes" tem significado completamente diferente: "Eu faço o papel de médico". "Às vezes" só leva acento nos casos em que indica tempo.

Crase acento grave

"à francesa"

Como escrever: "Bife à parmegiana" ou "bife a parmegiana"? Ou então: "lula à provençal" ou "lula a provençal"? O caso parece enigmático especialmente porque as palavras que se seguem ao a são adjetivos, termos que não se acompanham de artigos. Sabemos que, para haver a crase, é necessária a presença da preposição a e a presença do artigo feminino a.

Ocorre que, nas construções acima, estão subentendidas as expressão à moda de, à maneira de:

Bife à moda parmegiana

Lula à moda provençal

Elas são grafadas com crase porque trazem implícita a expressão "à moda de", locução adverbial feminina. E sabemos que as locuções adverbiais femininas costumam ser craseadas. Vejamos outros exemplos em que aparece essa forma:

Eles saíram à francesa da festa. (= Eles saíram à maneira francesa da festa.)

Eliana calçava um sapato à Luís XV. (= Eliana calçava um sapato à mode de Luís XV.)

"À francesa", "à Luís XV": nesses casos, as palavras moda ou maneira estão subentendidas. Assim, o a leva acento indicador de crase.

O verbo "ser"

"sua vida sou eu" ou "sua vida é eu"?

Volta pra casa... me traz na bagagem: tua viagem sou eu.

Novas paisagens, destino passagem: tua tatuagem sou eu.

Casa vazia, luzes acesas (só pra dar impressão)

cores e vozes, conversa animada (é só a televisão)

Na letra acima, extraída da canção "Simples de coração", dos Engenheiros do Hawaii, lemos "tua viagem sou eu" e "tua tatuagem sou eu".

Há pessoas que se espantam com esse tipo de concordância. Supõem que "tua viagem" pediria verbo na 3ª pessoa do singular, concordando com o sujeito: "tua viagem é..." ou "tua viagem foi...". Por que o letrista escreveu "tua viagem sou eu"?

Porque o verbo "ser", nesse caso, está ligando o substantivo "viagem" ao pronome pessoal "eu". O pronome pessoal prevalece pelo simples motivo de que, em termos de concordância verbal, a pessoa prevalece sobre o que não é pessoa, sempre. Por isso, independentemente da ordem da frase, faz-se a concordância do verbo "ser" com a pessoa, como vimos na letra:

Eu sou tua viagem.

Tua viagem sou eu.

Eu sou tua tatuagem.

Tua tatuagem sou eu.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O verbo "haver"

"haviam vários trabalhadores" ou "havia vários trabalhadores"?

Haja paciência!" Todos já ouvimos essa expressão. Esse "haja" é o verbo "haver" no presente do subjuntivo. Esse verbo talvez seja o mais desconhecido quanto às suas flexões. Muitas vezes é usado sem que o usuário tenha consciência de que o está usando.

Estive aqui há dez anos.

O "há" presente na oração é o verbo "haver" e pode ser trocado por outro verbo: "Estive aqui faz dez anos".

Existem deslizes típicos de quem não conhece as características do verbo "haver". Quando se diz "Há muitas pessoas na sala", conjuga-se o verbo "haver" na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. Note que não foi feita a concordância do verbo "haver" com a palavra "pessoas". Não se poderia dizer "Hão pessoas".

O verbo "haver", quando usado com o sentido de "existir", fica no singular. O verbo "existir", sim, flexiona-se normalmente:"Existem muitas pessoas na sala".

A confusão tende a aumentar quando o verbo "haver" é usado no passado ou no futuro. Em certo trecho, a versão feita pelo conjunto "Os incríveis" da canção "Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones" diz:

Não era belo, mas mesmo assim havia mil garotas a fim....

Nessa canção o verbo "haver" foi empregado com o sentido de "existir". Logo, está correta a versão com o verbo no passado e no singular.

No Brasil, diz-se "cabe dez", "sobrou 30", "falta 30". Geralmente não se faz concordância. Mas, quando não é necessário fazer, erra-se. "Houveram muitos acidentes naquela rodovia". Essa construção está equivocada. As construções abaixo estão corretas:

Houve muitos acidentes naquela rodovia.

Haverá muitos acidentes naquela rodovia.

Houve muitos acidentes naquela rodovia.

Há vários trabalhadores filiados a essa associação.

Havia muitos trabalhadores filiados a essa associação.

Houve muitos trabalhadores filiados a essa associação.

Vale repetir: "O verbo "haver", quando empregado com o sentido de existir, ocorrer, acontecer, fica no singular, independentemente do tempo verbal.

Fonte: TV Cultura - Alô Escola



terça-feira, 14 de setembro de 2010

O verbo "existir"

"existe pessoas" ou "existem pessoas?"?


Já comentamos várias vezes, no "Nossa Língua Portuguesa", que no Brasil, na língua do dia-a-dia, a concordância nem sempre é respeitada. O verbo "existir" é umas principais vítimas desse desrespeito. Tomemos a letra de uma canção, "Firmamento", gravada pelo Cidade Negra, para exemplificar o seu funcionamento:

... você não sai da minha cabeça
e minha mente voa
Você não sai, não sai, não sai, não sai...
Entre o céu e o firmamento
existem mais coisas do que julga
o nosso próprio pensar
que vagam como o vento
e aquele sentimento de amor eterno
Entre o céu e o firmamento
existem mais coisas do que julga
o nosso próprio entendimento
que vagam como o vento
e aquele juramento de amor eterno.

Está corretíssima a construção "existem mais coisas". O verbo "existir" sempre tem sujeito e, portanto, deve concordar com ele. Se o sujeito é plural, esse verbo também deve aparecer no plural:

existem coisas
existem pessoas
existem situações

Vamos ver outro verbo que nem sempre anda na linha. A canção é "O ponteiro tá subindo", gravada pelo Camisa de Vênus:

Olhei para o relógio
e já era quase três
o que aconteceu
eu vou contar para vocês
e eu tentando entender
fazendo rock’n’roll
até o amanhecer.

Na letra do Camisa de Vênus o ponteiro pode estar subindo, subindo, mas a concordância desceu a ladeira. No verso "e já era quase três", uma referência a horário, a concordância não foi corretamente observada. O verbo "ser", na indicação de horário, deve concordar com o número de horas:

já é uma hora
já são duas horas
já são três horas

Sempre é bom lembrar que a concordância com meio-dia, meia-noite e uma hora é feita sempre no singular:

Já é meio-dia
Já é meia-noite
Já é meio-dia e quarenta e sete
Já é uma e quinze

Mais alguns exemplos:

Duas e cinco = são duas e cinco
Uma e cinco = é uma e cinco
Cinco para as duas = são cinco para as duas / faltam cinco para as duas

Fonte: TV Cultura - Alô Escola

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O verbo "fazer"

"faz vinte anos" ou "fazem vinte anos"?

Como se deve dizer: "Quando conheci sua prima, eu morava lá dez anos" ou "Quando conheci sua prima, morava lá havia dez anos"?

A dica para resolver esse dilema é simples: substitua o verbo "haver" pelo verbo "fazer", pois eles se equivalem quando indicam tempo.

Eu morava lá fazia dez anos

Eu morava lá faz dez anos

Não há dúvida de que a primeira soa melhor. E isso porque a forma "fazia", do pretérito imperfeito, está em harmonia com a forma "morava", também do pretérito imperfeito.

Portanto, ao usar o verbo "haver" naquela mesma situação, ele deve estar no pretérito imperfeito:

Eu morava lá havia dez anos

Os tempos verbais devem, portanto, estar em acordo:

moro -->
moro --> faz
morava --> fazia.
morava --> havia

É assim que exige o padrão formal da língua.

Fonte: TV Cultura - Alô Escola



O verbo "fazer"

"faz dez anos que eu morava lá" ou "fazia dez anos que eu morava lá"?

O "Nossa Língua Portuguesa" fez a seguinte pergunta às pessoas na rua:

Qual a forma correta: "Vai fazer 5 semanas que ela foi embora" ou

"Vão fazer 5 semanas que ela foi embora"?

De sete pessoas ouvidas, três acertaram. A forma correta é: "Vai fazer 5 semanas que ela foi embora".

O "Nossa Língua Portuguesa" foi às ruas mais uma vez e propôs a seguinte questão:

"Faz vinte anos que estive aqui" ou "Fazem vinte anos que eu estive aqui"?

As opiniões ficaram divididas. A forma correta, porém, é:

Faz vinte anos que estive aqui.

O verbo "fazer", quando indica tempo, não tem sujeito. Tal não ocorre com o verbo "passar". Pode-se e deve-se dizer: "Passaram dez anos". De fato, os anos passam. Mas não é aceita a construção "Fazem dez anos".

Nas locuções verbais em que o verbo "fazer" é associado a outro na indicação de tempo, o verbo auxiliar também não varia: " Já deve fazer vinte anos que ela foi embora ". Está fora de cogitação escrever "Já devem fazer vinte anos ...". Nesses casos o verbo "fazer" vem sempre no singular.

Por fim, em qualquer tempo que seja usado, o verbo "fazer", quando indica tempo transcorrido, não deve ser flexionado:

Faz dez anos
Faz vinte dias
Faz duas horas
Já fazia dois meses
Fez cinco meses

Vamos a outro exemplo de concordância, tirado da canção "O Poeta Está Vivo", com o Barão Vermelho:

Se você não pode ser forte, seja pelo menos humana.
Quando o papa e seu rebanho chegar não tenha pena:
todo mundo é parecido quando sente dor.

A letra usa indevidamente o verbo no singular. Se "Papa e rebanho chegam", a concordância na frase acima deveria ser antes "quando o papa e seu rebanho chegarem".

Seria bom que ao menos na escrita a concordância verbal fosse observada.

Fonte: TV Cultura - Alô Escola



segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Verbo antes do sujeito

"faltaram muitos alunos hoje" ou "faltou muitos alunos hoje"?

É comum ouvirmos as pessoas dizer "Acabou as ficha", "Sobrou quinze", "Falta dez". Certo dia estava escrito num jornal de grande circulação: "Chegou as tabelas do Mundial". Erro tanto mais grave porque se trata de língua escrita, em que a concordância merece maior atenção.

Um exemplo de concordância verbal corretamente observada acha-se na canção de Paulinho da Viola "Quando bate uma saudade".

... Vibram acordes
Surgem imagens
Soam palavras
Formam-se frases...

Nessa canção, Paulinho da Viola canta com muita clareza frases com os verbos colocados antes do sujeito, todas com a concordância perfeitamente observada. Os substantivos estão no plural, os verbos também.

Isso é difícil de ocorrer no nosso dia-a-dia. Seja como for, na linguagem oficial é fundamental estabelecer a concordância:

Acabaram as fichas.
Acabaram-se as fichas.
Sobraram quinze.
Faltam dez.
Restam vinte.
Partiram todos.

Um trecho da canção "Música Urbana", do Capital Inicial, traz um verbo interessante que nem sempre é flexionado corretamente:

Tudo errado, mas tudo bem.
Tudo quase sempre como
eu sempre quis.
Sai da minha frente, que
agora eu quero ver.
Não me importam
os seus atos
eu não sou mais
um desesperado.
Se eu ando por
ruas quase escuras
as ruas passam

Trata-se do verbo "importar". O letrista fez a concordância corretamente: "não me importam os seus atos". Os atos não têm importância, portanto eles não importam. Basta fazer concordar verbo e sujeito: Atos está no plural, então o verbo também deve ficar no plural.

Fonte: TV Cultura - Alô Escola 



sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Arnaldo Antunes








 
 
 
 


Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho (São Paulo, 2 de setembro de 1960) é um músico, poeta, compositor e artista visual brasileiro.

Em 1978 ingressou em Letras da FFLCH-USP, onde seguiria o curso de Lingüística, não fosse o sucesso dos Titãs lhe tomar todo o tempo entre shows, gravações, ensaios, turnês e entrevistas.

No dia 13 de novembro de 1985, foi preso, juntamente com o colega de Titãs Tony Bellotto, por porte de heroína. Arnaldo passou 26 dias preso e foi condenado por tráfico de drogas. Desligou-se da banda em 1992, depois de dez anos de grupo, por conta de suas direções artísticas. Apesar de sua saída, Arnaldo continuou compondo com os demais integrantes do grupo e várias dessas parcerias foram incluídas em discos dos Titãs, assim como em seus discos solo.

Em 1997, fez participação especial no álbum Acústico MTV, dos Titãs. Na ocasião, Antunes cantou a faixa "O Pulso", música originalmente gravada no álbum Õ Blésq Blom, de 1989.

No ano de 2002, formou, em parceria com os amigos Marisa Monte e Carlinhos Brown, o trio Tribalistas, pelo qual lançaram o álbum homônimo. O álbum foi sucesso de público e crítica e vendeu, até 2009, mais de 2.100.000 cópias no Brasil e na Europa. Foi também indicado a cinco categorias do Grammy Latino em 2003, ganhando o prêmio de Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro.

Arnaldo ainda atuou como ensaísta na Folha de São Paulo, onde deixou evidente o substrato teórico que transparece no seu trabalho estético. Lançou no final do ano de 2007 o primeiro DVD de sua carreira, o premiado Ao Vivo no Estúdio, que passeia por toda sua carreira e que conta com as participações especiais do ex-titã Nando Reis, do titã Branco Mello, do ex-Ira! Edgard Scandurra e dos tribalistas Marisa Monte e Carlinhos Brown.

É conhecido na América do Sul por ser um dos principais compositores da música pop brasileira, respirando de influências concretistas e pós-modernas. Compositor de hits como "Pulso", "Alma", "Socorro", "Não vou me adaptar", "Beija Eu", "Infinito Particular", "Vilarejo", "Velha Infância" e "Quem Me Olha Só", já teve suas canções interpretadas por artistas como Jorge Drexler, Marisa Monte, Nando Reis, Zélia Duncan, Cássia Eller, Frejat, Margareth Menezes, Pepeu Gomes, além, claro dos Titãs, banda da qual fez parte até 1992.

Curiosidades

Arnaldo Antunes é compositor e intérprete da canção "Lava as Mãos", que era exibida no programa educativo Castelo Rá-Tim-Bum, que, por sua vez, é o maior sucesso de audiência da história da TV Cultura.

Discografia solo

Álbuns de estúdio

Nome (1993)

Ninguém (1995)

O Silêncio (1996)

Um Som (1998)

O Corpo (2000)

Paradeiro (2001)

Tribalistas (2002) (em parceria com Marisa Monte e Carlinhos Brown)

Saiba (2004)

Qualquer (2006)

Iê Iê Iê (2009)

[editar] Álbuns ao Vivo

Ao Vivo no Estúdio (2007)

Discografia com a Titãs

Álbuns de estúdio

Titãs (1984)

Televisão (1985)

Cabeça Dinossauro (1986)

Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas (1987)

Õ Blésq Blom (1989)

Tudo ao Mesmo Tempo Agora (1991)

Álbuns ao vivo

Go Back (1988)

Videografia

Tribalistas (2002)

Ao Vivo no Estúdio (2007)

Livros

Ou e (1983)

Psia (1986)

Tudos (1990)

As Coisas (1992) - Pelo qual ganhou o Prêmio Jabuti de Poesia em 1993

Nome (1993)

2 ou + Corpos no Mesmo Espaço (1997)

Doble Duplo (2000)

40 Escritos (2000)

Outro (2001)

Palavra Desordem (2002)

ET Eu Tu (2003)

Antologia (2006)

Frases do Tomé aos Três Anos (2006)

Como É que Chama o Nome Disso (2006)

igações externas

O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Arnaldo Antunes.Bate-Papo UOL com Arnaldo Antunes

Referências

1.↑ Perfil: Arnaldo Antunes. Veja São Paulo.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Fora de si - Arnaldo Antunes

Coletânea de poemas e canções da MPB de autores e períodos diversos.
Cada texto é seguido de breve análise, literária e/ou gramatical, que aponta interessantes caminhos para apreciar a poesia.

Fora de si

Eu fico louco
eu fico fora de si
eu fica assim
eu fica fora de mim
Eu fico um pouco
depois eu saio daqui
eu vai embora
eu fico fora de si
Eu fico oco
eu fica bem assim
eu fico sem ninguém em mim.

De saída, quer dizer, já a partir do título, a letra é afrontosa.

Eu fico fora de mim ou eu fico fora de si?

Nós nos enganamos ou nós se enganamos?

No padrão culto da língua, devemos falar "eu fico fora de mim" e "nós nos enganamos". Mas ninguém vai negar que as construções "fora de si" e "nós se enganamos" são ultracomuns na língua popular. Por que será que o autor não respeitou a correspondência entre os pronomes (eu/me, mim)?

Vejamos os primeiros versos da composição:

"Eu fico louco
eu fico fora de si
eu fica assim
eu fica fora de mim".

Vamos analisar cada um dos versos. Você encontrou algo estranho no primeiro verso? Nada estranho, não é mesmo? Não há nenhum problema com "eu fico louco", a concordância verbal está bonitinha e a nominal, ao que supomos, também. Quer dizer, pela flexão no masculino do adjetivo, imaginamos que o eu da canção é um homem. Até aí, tudo bem.

E o segundo verso? Este retoma o título. Por que a frase saiu dos trilhos da norma culta? Se você ler direitinho o primeiro verso, vai começar a entender por quê: o sujeito está ficando louco, está ficando com "parafusos a menos".
Realmente, a julgar pelo rumo que vai tomando essa letra, ele se desmiola cada vez mais. Ora, esse desarranjo mental tem como conseqüência um desarranjo sintático.
É como se os termos nas frases ficassem girando em falso, sem ligação entre si. Desreguladas, as frases ficam como que sem pé nem cabeça, ou com pé e cabeça trocados.

Vejamos o terceiro e o quarto versos. O que aconteceu? O pronome eu pede obviamente o verbo flexionado na primeira pessoa do singular (fico).
Mas o compositor não levou em conta essa concordância e colocou o verbo na terceira pessoa do singular:"eu fica assim".
Parece até gringo falando a nossa língua, não é? Na linha seguinte, o fora de si é corrigido para fora de mim, mas o certo continua errado aqui.
Assim, em "eu fica fora de mim" temos um movimento de afirmação e de transgressão da própria integridade (mental e sintática). No entanto mesmo a correção sintática pode indicar transgressão. Em "eu (...) fora de mim", a norma gramatical, respeitada, indica desvio psíquico, o que é confirmado pelo conjunto da frase: "eu fica fora de mim".

A letra opera mínimas variações em torno dessa célula: "ficar fora de si".

Arnaldo Antunes pinçou do dia-a-dia um desvio gramatical e o tomaram ao pé da letra como se tivessem entrevisto nele potencialidade expressiva. E não é que tinha mesmo? Quem vai negar que "eu fico fora si" é forma perfeitamente casada ao conteúdo? Ou, repetindo o que dissemos acima, que o desarranjo sintático aqui imita o desarranjo mental? Quem vai negar isso, não é mesmo? Eu é que não.

Vamos ver agora o resto da música:

"Eu fico um pouco
depois eu saio daqui
eu vai embora
eu fico fora de si
Eu fico oco
eu fica bem assim
eu fico sem ninguém em mim".

"Eu fico um pouco/depois eu saio daqui". Como assim? A que se refere "daqui"? Então o letrista diz:"eu vai embora/ eu fico fora de si". Ora, "daqui" é o "eu", para fora do qual ele sai e no qual ele fica só "um pouco".
O advérbio "fora" significa exteriormente, na parte externa, ou lugar diferente do da residência habitual ("dormir fora"), entre outras acepções que matizam o sentido original de lugar exterior. Bem, esse advérbio, aplicado à pessoa, ao eu, transmite a este características de lugar. É como se "fico fora de si" pudesse ser lido também como "dormi fora", como se "fico um pouco (em mim)" parodiasse "fico um pouco em casa".

Constrói-se, desse modo, uma afinidade entre o estar em si e o estar em casa.
Note-se ainda que o verso "eu fico fora de si" retorna na passagem citada, logo depois de "eu vai embora". O ir embora de si, formalizado pelo desvio de concordância, é ficar fora de si.
O eu sai de si mesmo e deixa a casa vazia, "sem ninguém em mim". Mas esse "mim" não é o eu. Calma! Não vá ter um torcicolo mental!... Você não vai apanhar de jeito nenhum esse cara. Quando você estiver indo, ele estará voltando.
Ele deu só pistas falsas. Ele deixa uma luzinha acesa, e você acha que ele está em casa; ele começa a acertar o passo gramatical, e você já acha que ele achou a saída do labirinto. Não se iluda: a casa está vazia e o seu dono está errando por aí ("errando" no sentido de cometer erros e de vaguear, de andar a esmo).

Fonte: TV Cultura - Alô Escola

O espelho da História

Viajar é sempre uma conquista. Pode ser a nosso descobrimento. Fronteiras internas e externas que se ampliam e nos trazem novas paisagens e novos deslumbramentos. Quem em casa fica em paz, não faz boa romaria. Perde oportunidades e emoções, freqüentemente náufrago no desconhecimento, no preconceito, na simplificação e no provincianismo. A cidadania, a própria liberdade depende de nossa coragem para abrir os olhos - e também para abrir as asas.
Uma caminhada pelo ocaso do século 20, por exemplo, será sempre surpreendente e esclarecedora. Nos velhos quartéis da Rússia, o temido exército vermelho que mantinha o mundo imobilizado pelo medo ou pela esperança, agora descasca batatas, toma banho de cuia e lava seu uniforme puído nos córregos da decadência.

Na Alemanha vencida algumas décadas atrás, pelos deuses da embriaguez e do tormento, os alemães enfrentam os alemães, depois de caírem duas vezes de joelhos diante dos altares da guerra. O país se reergueu das cinzas, refez-se. E o desenvolvimento acelerado desceu das montanhas como uma irresistível peça de Wagner.

Homens, antes temidos, foram empurrados pelo destino para a solidão e a morte. Dialeticamente, as vítimas dos ditadores e do autoritarismo foram muitas vezes levadas da clandestinidade para os centros do poder.

Nestes primeiros tempos do século 21, desabam os mitos e se multiplicam as heresias. Desapareceram a bipolaridade e as simplificações da Guerra Fria. Não há mais santuários ou territórios sagrados. Convivemos com " a esperança e o temor - essas duas faces do futuro incerto" como disse Borges. Mas a desordem de hoje marca um renascimento. A democracia é agora a nossa grande aventura. Ela nos coloca diante do implacável espelho da História.

Rodolfo Konder

Concordância com pronome relativo e expressões expletivas

Muitos dizem "não foi eu" e supõem que esse "foi" vale em qualquer caso. Não é bem assim.

Para ilustrar essa questão, tomemos um exemplo retirado da música "Foi Deus que fez você", de Luiz Ramalho.

Foi Deus que fez o céu
(...)
Foi Deus que fez você
Foi Deus...

"Foi Deus que fez". Por que "foi"? Porque Deus é 3ª pessoa, Deus é igual a "ele" e, portanto, "ele foi".

Mas cuidado: não é cabível dizer "Eu foi". Logo, "não foi eu" está errado. O correto é:

Não fui eu

Não fomos nós

O verbo que vem depois da palavra "que" também deve concordar com a palavra antecedente. Portanto deve-se dizer "Fui eu que fiz" ( eu fui, eu fiz), "Fomos nós que fizemos", "Foram eles que fizeram".

Outro caso que costuma causar embaraço é o da expressão expletiva "é que", expressão fixa. A canção "Só nós dois", de Joaquim Pimentel, faz uso dela mais de uma vez.

Só nós dois é que sabemos
o quanto nos queremos bem
Só nós dois é que sabemos
Só nós dois e mais ninguém...

A expressão "é que" é inalterável. Nunca diga "São nessas horas que a gente percebe", mas antes:

Nessas horas é que a gente percebe
É nessas horas que a gente percebe

Trata-se de uma expressão de realce, que pode também ser eliminada.
Veja os exemplos:

Só nós dois é que sabemos/Só nós dois sabemos.
É nessas horas que a gente percebe/Nessas horas a gente percebe.

A expressão "é que", expletiva, pode ser perfeitamente eliminada sem prejuízo da estrutura frasal.

Fonte: TV Cultura - Alô Escola

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Entidade propõe plano de saúde de acordo com perfil

Ideia é oferecer incentivos àqueles clientes que têm hábitos saudáveis

A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) vai propor a criação de planos de saúde de acordo com o perfil do consumidor. A ideia é oferecer incentivos - como desconto ou uma espécie de premiação - àquelas pessoas que têm hábitos saudáveis. O tema será levado à câmara técnica da Agência Nacional de Saúde (ANS), informou nesta sexta-feira o presidente da Abramge, Arlindo de Almeida, no encerramento do 15º congresso da entidade, realizado no Rio de Janeiro.

"Eu sou favorável a oferecer vantagens aos pacientes que, por exemplo, não fumem", defendeu. "Há o caso dos seguros de automóveis, em que as mulheres têm um desconto porque, comprovadamente, são mais prudentes", explicou Almeida.

Para ele, esse tipo de iniciativa pode funcionar como um incentivo para que as pessoas tenham comportamentos mais saudáveis. "Ajuda as pessoas a pararem de fumar, ou deixarem de ingerir bebidas alcoólicas". A proposta ainda está sendo formulada pela Abramge. Almeida acredita que, se os planos por perfis forem adotados, será uma forma de reduzir custos das operadoras. "Esse tipo de plano fará com que as pessoas façam medicina preventiva".

O presidente da ANS, Maurício Ceschin, disse que o órgão regulador vai "olhar (o tema) com atenção". Ele afirmou ainda que um grupo de trabalho já estava sendo criado para tratar de incentivos com relação aos idosos.

A coordenadora de Relações Institucionais da Proteste, Maria Inês Dolci, acredita que o perfil dos consumidores já é levado em conta pelas operadoras. "Já há exclusões do plano de acordo com os riscos". "Em um plano coletivo com muita sinistralidade, a mensalidade fica muito mais cara, essa questão do perfil é um tema extremamente novo e que precisa ir à debate", defendeu.

Fonte: Agência Estado


Tornozeleiras começam a ser colocadas em detentos

Duzentos presos do regime aberto utilizarão equipamento pelos próximos 90 dias

A Superintendência Estadual dos Serviços Penitenciários (Susepe) iniciou, na noite desta sexta-feira, a colocação das primeiras tornozeleiras em presos do regime aberto de casas prisionais da Região Metropolitana. O processo de implantação deve durar todo o final de semana. Conforme contrato firmado pelo Estado, serão locados 200 equipamentos para os próximos 90 dias.

Durante o dia, foram feitos ajustes técnicos nas tornozeleiras eletrônicas. Cada aparelho vai custar mensalmente aos cofres públicos R$ 500. O valor é inferior à atual média oficial de gasto por apenado em albergues, de R$ 700. Os presos beneficiados têm comportamento considerado "exemplar" pela Susepe.

Segundo a empresa fabricante, com sede em Pernambuco, o equipamento locado pelo Estado dispõe de um sistema de três cabos de aço e qualquer tentativa de destruição provoca o acionamento de uma alarme na central de monitoramento dos detentos. A companhia garante ainda que testes indicam a possibilidade, até mesmo, de jogar futebol e entrar no mar com o aparelho.

Fonte: Rádio Guaíba



quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Concordância verbal

"40% dos eleitores preferiram ou preferiu?"

A concordância verbal que envolve porcentagem deixa muitas pessoas em dúvida. Para ilustrar isso, o "Nossa Língua Portuguesa" foi às ruas e formulou algumas perguntas ao público.

Como se deve dizer: "Pedro ou Paulo será o próximo presidente da República" ou "Pedro ou Paulo serão o próximo Presidente da República"?

A maioria das pessoas acertou. "Pedro ou Paulo será ...". Somente um dos dois será o próximo presidente da República. O "ou" que aparece na oração é excludente, indica a exclusão de Pedro ou de Paulo da cadeira de Presidente da República. Logo, o verbo fica no singular.

Contudo, se alguém perguntar sobre sua preferência musical, a resposta poderá ser: "Tom ou Caetano me agradam". O "ou" presente nessa oração não é excludente; logo o verbo assume o plural.

Outra pergunta:

"40% dos eleitores preferiram" ou "40% dos eleitores preferiu"?

A expressão que determina o percentual está no plural ( "eleitores" ) e então não há outra opção. O determinante também pode estar no singular, como na questão seguinte proposta aos telespectadores:

"40% do eleitorado preferiu" ou "40% do eleitorado preferiram"?

Muitos acertaram. O termo que se segue ao percentual é singular; logo o verbo também permanece no singular. A forma correta é "40% do eleitorado preferiu". Mas e se não houver determinante acompanhando a porcentagem?

"40% preferiu" ou "40% preferiram"?

Como não há nada após a expressão percentual, vale o número 40, que é plural. Se fosse um número inferior a 2, então o verbo ficaria no singular.

40% preferiram

1% preferiu

1,8% preferiu

Fonte: TV Cultura / Alô Escola

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O Mestre: Adoniran 100 Anos

O mundo me condena
E ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber
Se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome.

Mas a filosofia
Hoje me auxilia
A viver indiferente assim.
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Para ninguém zombar de mim.

Não me incomodo
Que você me diga
Que a sociedade
é minha inimiga.
[Hoje] cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba
Muito embora vagabundo.

Quanto a você
Da aristocracia
Que tem dinheiro
Mas não compra alegria
Há de viver eternamente
Sendo escrava desta gente
Que cultiva hipocrisia.

100 anos de Adoniran Barbosa

Compositor de clássicos como “Trem das Onze” e “Saudosa Maloca”, sambista completaria centenário nesta sexta, 6
Relembre abaixo textos publicados na Rolling Stone Brasil e vídeos de Adoniran com Elis Regina e Clara Nunes.
Sambista compôs a trilha da miscigenação brasileira
Por André Maleronka

Texto do especial "100 Maiores Artistas da Música Brasileira", publicado na edição 25, outubro/2008

João Rubinato (1910-1982) criou o tragicômico Adoniran Barbosa quando era radialista, e a alcunha acabou por batizar o tragicômico sambista que ele se tornou anos mais tarde. Ainda que atacado pelos xenófobos do samba carioca como um "autor menor", o sotaque e os erros de português que imprimiu ao cancioneiro nacional foram invenções geniais. Sua obra é um mergulho na alma da miscigenação brasileira acontecida em São Paulo. A voz boêmia e a forma engraçada que escolheu para narrar os desoladores episódios do cotidiano dos sofredores paulistanos é um documento histórico e música da melhor qualidade. Em vida, gravou apenas três álbuns, repletos de clássicos como "Tiro ao Álvaro", "Trem das Onze" e "Samba do Arnesto".

Trem das Onze
Por Assis Angelo

Texto do especial "100 Maiores Músicas Brasileiras", publicado na edição 37, outubro/2009

Verdadeiro cartão-postal sonoro da capital paulista, "Trem das Onze" [número 15 da lista] foi composta em fins dos anos de 1950, mas ficou esquecida por cinco anos. Não fosse o produtor Braz Baccarin, da extinta Continental, provavelmente esse samba jamais fosse gravado - e só o foi por imposição dele, que queria que o grupo Demônios da Garoa, que estava em baixa, voltasse ao mercado com um disco recheado de músicas de Adoniran, de preferência inéditas. Ao remexer a gaveta, o fundador Arnaldo Rosa se deu conta do esquecimento. Arranjada às pressas, foi gravada numa madrugada de julho de 1964 e lançada em agosto do mesmo ano. Todo mundo conhece a saga do rapaz que mora no Jaçanã e não pode perder o trem.

Trecho do programa Ensaio, gravado pela TV Cultura em 1972: "Saudosa Maloca", "As Mariposa" e "Um Samba no Bixiga":



Adoniran e Elis Regina, imagens gravadas em 1978: "Iracema", "Um Samba no Bixiga" e "Saudosa Maloca"



Adoniran e Elis Regina, imagens gravadas em 1979: "Abrigo de Vagabundos"



Fonte: Rolling Stone

sábado, 31 de julho de 2010

Turismo sexual estimula prostituição infantil no Brasil

DA BBC BRASIL

Um programa da BBC mostrou que crianças estão suprindo uma crescente demanda de turistas estrangeiros que viajam ao Brasil atrás de sexo e acompanhou as tentativas de controlar o problema.

O programa "Our World: Brazil's Child Prostitutes" ("Nosso Mundo: As Crianças Prostitutas do Brasil", em tradução livre), vai ao ar no canal de TV internacional de notícias da BBC, BBC World, neste fim de semana.

A cada semana, operadores de turismo despejam nas cidades brasileiras milhares de homens europeus que chegam em voos fretados especialmente ao Nordeste em busca de sexo barato, incentivando assim a prostituição.

O problema, que foi constatado pela BBC em Recife, já estaria levando o Brasil a alcançar a Tailândia como o principal destino mundial do turismo sexual.

De acordo com o repórter Chris Rogers, responsável pela reportagem, apesar das garantias de uma ação policial, nas ruas da capital pernambucana parece haver poucos indícios de que a prostituição infantil está desaparecendo.

Corpo frágil

Uma menina vestida com um pequeno biquíni expõe seu corpo frágil. Ela não parece ter mais do que 13 anos, mas é uma das dezenas de garotas andando pelas ruas à procura de clientes debaixo do sol da tarde.

A maioria vem das favelas da região. Ao parar o carro, a reportagem da BBC é recebida com uma dança provocante da menina, para chamar a atenção.

"Oi, meu nome é C. Você quer fazer um programa?", ela pergunta. C. pede menos de R$ 10 por seus serviços. Uma mulher mais velha chega perto e se apresenta como mãe da menina.

"Você pode escolher outras duas meninas, da mesma idade da minha filha, pelo mesmo preço", ela diz. "Eu posso levar você a um motel local onde um quarto pode ser alugado por hora."

Quando a noite cai, em uma área com bares e bordéis da cidade, o playground sexual de Recife ganha vida.

Prostitutas se divertem com turistas, dançando e procurando por clientes em potencial. Muitas delas parecem muito menos do que 18 anos de idade.

Motoristas de táxi trabalham com as garotas que são jovens demais para entrar nos bares. Um deles me oferece duas pelo preço de uma e uma carona para um motel local.

"Elas são menores de idade, então são muito mais baratas que as mais velhas", explica ele ao me apresentar S. e M.

Nenhuma delas faz nenhum esforço para esconder sua idade. Uma delas leva consigo uma bolsa da Barbie, e as duas se dão as mãos com um olhar que parece aterrorizado diante da perspectiva de um potencial cliente.

Crack

A zona da prostituição no Recife está cheia de carros circulando em baixa velocidade ao lado dos grupos de garotas exibindo seus corpos.

Uma delas, P., está vestida com um top cor-de-rosa e uma minissaia. A menina de 13 anos concorda em falar comigo sobre sua vida como prostituta. Ela conta que trabalha na mesma esquina todas as noites até o amanhecer para financiar o vício dela e da mãe em crack.

"Normalmente eu tenho mais de dez clientes por noite", ela se vangloria. "Eles pagam R$ 10 cada - o suficiente para uma pedra de crack", diz.

Por segurança, P. trabalha com um grupo de meninas mais velhas que atuam como cafetinas, tomando conta do dinheiro e cuidando das mais novas.

"Há muitas meninas trabalhando por aqui. Eu não sou a mais nova. Minha irmã tem 12 anos e tem uma menina de 11", conta.

Mas P. está preocupada com sua irmã. "Eu não vejo a B. há dois dias, desde que ela saiu com um estrangeiro", diz.

P. diz ter começado a trabalhar como prostituta com sete anos. A Unicef estima que há 250 mil crianças prostituídas como ela no Brasil.

"Estou fazendo isso há tanto tempo que nem penso mais nos perigos", ela afirma. "Os estrangeiros vivem aparecendo por aqui. Eu já saí com um monte deles", conta.

Apenas algumas quadras dali a calçada está tomada por travestis procurando clientes. Entre eles está R., de 14 anos, e I., de 12.

Os primos parecem convincentes como meninas com seus saltos altos, minissaias, blusas e maquiagem pesada.

"Precisamos ganhar dinheiro para comprar comida para nossas famílias", explica R. ajeitando seu longo cabelo.

"Nossos pais não se preocupam muito com a gente. Dizemos a eles quando estamos saindo e quando chegamos. E então damos a eles o dinheiro para comprar comida. Eles sabem como conseguimos o dinheiro, mas nós não discutimos isso", diz.

Fortaleza

Antes, a maioria dos turistas sexuais costumava ir a Fortaleza. Mas não mais --no último ano, a capital do Estado do Ceará vem mandando uma clara mensagem aos turistas sexuais de que eles não são bem-vindos.

Todas as semanas, dezenas de carros com policiais federais armados com metralhadoras AK-47 patrulham as ruas das zonas de prostituição, vasculhando os motéis e bordéis, prendendo clientes e cafetões e levando meninas menores de idade para abrigos.

Eline Marques, coordenadora da Secretaria Especial de Prevenção ao Tráfico de Seres Humanos, afirma que as blitze estão tendo um resultado.

"Já fechamos muitos estabelecimentos em Fortaleza. Ruas inteiras estão agora livres da prostituição. Meu objetivo é intensificar essas ações antes da Copa do Mundo, tendo com alvo o próprio turismo que fomenta a prostituição infantil", diz ela.

Outros Estados indicaram que estão acompanhando a campanha de Marques e que, se ela tiver sucesso, poderão seguir ações semelhantes.

Mas, para cada estabelecimento sexual que é fechado, para cada turista sexual preso, há também vítimas. Muitas são levadas para abrigos de instituições de caridade.

Recuperação

O Centro de Recuperação Rosa de Saron, perto do Recife, está operando com sua capacidade máxima, porque as meninas não podem ser devolvidas para casa, por causa da pobreza que as levou à prostituição. Elas chegam lá vindas de todo o Brasil.

M., de 12 anos, quer viver com a mãe, mas não pode porque seu cafetão, que a forçou a trabalhar nas ruas e em bordéis, ameaçou matá-la se ela tentasse escapar.

Ela diz que ainda teme por sua vida.

"Não tive opção a não ser fazer o que ele mandava. Eu senti que estava perdendo minha infância, porque eu tinha só 9 anos de idade", diz ela. "Eu tinha medo. Às vezes eu voltava sem dinheiro e ele me batia", conta.

Jane Sueli Silva, que fundou o centro, diz que a maioria das garotas tem entre 12 e 14 anos quando chegam. Algumas delas chegam grávidas.

"Muitas delas chegam aqui com problemas sérios, como câncer de colo de útero", diz. "Como o câncer normalmente está só no estágio inicial, podemos ajudá-las, e graças a Deus que a cura é normalmente bem-sucedida."

Uma outra ONG, a britânica Happy Child International, planeja construir mais centros para abrigar o crescente número de crianças prostituídas.

Mas crianças como P. ainda estão desamparadas.

Sua casa é um pequeno barraco que ela divide com sua mãe, dois irmãos e a irmã B., de 12 anos. Dentro, apenas dois sofás que são usados como camas e um balde plástico usado para lavar roupas e pratos.

Quando perguntada sobre se a prostituição das filhas a magoava, a mãe delas pareceu mais preocupada com dinheiro. "Se elas conseguem dinheiro, não trazem para cara. Não, elas não trazem dinheiro nenhum para casa", disse.

P., por sua vez, diz que espera um dia sair da prostituição.

"Todo dia eu peço a Deus que me tire dessa vida. Às vezes eu paro, mas depois volto para as ruas para procurar homens. A droga faz mal, a droga é minha fraqueza, e os clientes estão sempre a fim de pagar."

Fonte: FOLHAONLINE

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Piadas - R$ 50,00 de prazer

Joãozinho está dentro do carro do seu pai, quando avista duas prostitutas na calçada...

- Pai, quem são aquelas senhoras?

O pai meio embaraçado, responde:

- Não interessa filho... Olhe antes para esta loja... Já viu os lindos brinquedos que tem?

- Sim, sim, já vi. Mas... quem são as senhoras e o que é que estão fazendo ali paradas?

- São... são. São senhoras que vendem na rua.

- Ah, sim?! Mas vendem o quê?? - Pergunta admirado o garoto.

- Vendem... vendem... Sei lá... vendem um pouco de prazer.

O garoto começa a refletir sobre o que o pai lhe disse, e quando chega em casa, abre a sua carteira com a intenção de ir comprar um pouco de prazer. Estava com sorte! Podia comprar 50 reais de prazer!No dia seguinte vai ver uma prostituta e pergunta-lhe:

- Desculpe, minha senhora, mas pode-me vender 50 reais de prazer, por favor?

A mulher fica admirada, e por momentos não sabe o que dizer, mas como a vida está difícil, ela aceita. Porém, como não poderia agir de forma 'normal' com o garotinho, leva o garoto para casa dela e prepara-lhe seis pequenas tortas de morango.
Já era tarde quando o garoto chega em casa. O seu pai, preocupado pela demora do filho, pergunta-lhe onde ele tinha estado. O garoto olha para o pai e diz:

- Fui ver uma das senhoras que nós vimos ontem, para lhe comprar um pouco de prazer!

O pai fica amarelo:

- E... e então... como é que se passou?

- Bom, as quatro primeiras não tive dificuldade em comer, a quinta levei quase uma hora e a sexta foi com muito sacrifício. Tive quase que empurrar para dentro com o dedo, mas comi mesmo assim. Ao final estava todo lambuzado, melequei todo o chão, e a senhora me convidou para voltar amanhã, posso ir?

O pai desmaiou.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Mombojó retorna mais experiente em 'Amigo do Tempo'

Grupo de Recife lança terceiro álbum de estúdio após período nebuloso em sua trajetória

Local isolado, silencioso e cercado pelo verde da natureza. Foi para Aldeia, região localizada na cidade de Camaragibe, que o Mombojó se deslocou com a intenção de elaborar uma prévia daquele que seria seu novo álbum, Amigo do Tempo, que acaba de chegar às lojas. Foi em clima de união, resgatado após os perrengues pelos quais a banda passou desde o lançamento de Homem-Espuma, de 2006 (que incluíram a morte do flautista Rafael Torres e a saída do multi-instrumentista Marcelo Campello), que a banda trabalhou no disco. Felipe S., Marcelo Machado, Chiquinho, Samuel e Vicente gravaram o álbum, terceiro da carreira, por conta própria, de forma independente, participando de todas as etapas de elaboração. Agora, mostrando-se mais experiente e reflexivo sobre a necessidade de deixar a vida rolar, o Mombojó volta à ativa fortalecido após quase quatro anos de hiato.

As gravações de Amigo do Tempo começaram em janeiro de 2009, com a ida do grupo ao sítio em Aldeia. A princípio, a intenção era "esboçar" o que seria o álbum, mas a banda percebeu que muito do que foi feito ali já poderia ser usado no disco. "Fomos pensando que seria uma pré-gravação, mas vimos com os técnicos, em São Paulo, que muita coisa dava para se aproveitar", conta o guitarrista Marcelo Machado, em entrevista à Rolling Stone Brasil. As gravações foram feitas em diversos estúdios em Recife e na capital paulista, oito no total, sendo que a finalização se deu em SP. Das 11 faixas que compõem Amigo do Tempo, cinco tiveram a produção de Pupillo, baterista da Nação Zumbi, enquanto seis foram produzidas pelo próprio Mombojó, junto aos técnicos Evaldo Luna e Rodrigo Sanches.

"Foi um aprendizado da porra. Acabamos fazendo o disco todo com dinheiro do nosso bolso", diz o tecladista Chiquinho. "E trabalhamos em tudo, desde a concepção da música até como gravar, finalizar, masterizar, capa, tudo." Ter retornado à produção independente colaborou para o grupo colocar em prática ideias novas. "Homem-Espuma [lançado pela gravadora Trama] foi gravado com uma estrutura foda de trabalhar e em um estúdio gigante, mas o tempo era curto, não tinha como fazer experimentações. Neste pudemos aprender muitas coisas, testar instrumentos", comenta. A banda afirma que a saída da Trama aconteceu sem nenhum tipo de conflito e que, apesar de Amigo do Tempo ter sido gravado de maneira independente, houve a utilização do estúdio da gravadora em alguns momentos.

A maioria das faixas foi composta em 2008, mas há músicas mais antigas, criadas antes da morte de Rafael, que aconteceu em 2007 (como "Entre a União e a Saudade", que abre o álbum). Em algumas delas, sente-se uma intensificação da melancolia que permeava algumas das faixas de discos anteriores. "Não fizemos querendo ser mais melancólico. Simplesmente soou assim, e isso é que é legal", diz Marcelo. As composições trazem uma reflexão positiva a respeito das esperanças com relação ao futuro. "Este disco vem como uma redenção", acredita o guitarrista. "Ele será nossa porta para ser banda de novo, depois de todas as dificuldades pelas quais passamos." Chiquinho complementa: "É um álbum que joga a gente para frente. Reflete muito a fase de vida pela qual passamos. Essa história de ter paciência e esperar dar tempo às coisas para arrumar a cabeça e aguardar para pensar na continuidade da nossa carreira."

Conhecidos pela mistura de gêneros musicais variados, indo do eletrônico à surf music, o Mombojó mostra um som mais simples - e talvez até mais pop - em Amigo do Tempo. "Acho que no segundo disco, por exemplo, chegamos ao auge de querer deixar as músicas muito complexas, com várias mudanças no decorrer delas", comenta Marcelo. "Neste, encontramos uma maturidade de curtir mais. Acredito que elas estão bem mais tranquilas para se ouvir também." Para Chiquinho, o grupo está mais comedido. "Estamos um pouco mais contidos, é um pouco mais fácil de dançar, assoviar e tocar no violão", comenta. A redução no número de integrantes (de sete para cinco) contribuiu bastante para tal mudança. "É uma formação que nunca tínhamos apresentado", sustenta Marcelo.

Semanas antes de lançar a versão física, o grupo liberou Amigo do Tempo para download gratuito no site oficial. "Sempre preferimos jogar ao lado do nosso público. Além disso, todo mundo do Mombojó é consumidor de música da internet", conta Marcelo. Para os integrantes, divulgar o disco antes na web é um benefício para o público e o próprio grupo. "A internet vai muito mais longe, e queremos que as pessoas escutem a nossa obra e que isso faça com que mais gente queira nos ver tocar nos shows", completa Chiquinho.

O Mombojó adianta que os fãs não precisarão aguardar mais quatro anos por outro álbum de inéditas, uma vez que a banda está "mais calejada e com mais amigos para ajudar no que for preciso". "Quem curte o grupo não pode viver de um disco a cada três, quatro anos", acredita Marcelo. Já existem planos para comemorar, em 2011, os dez anos de existência da banda, mas ainda não há nada concreto. Por enquanto, o público fica com um álbum novinho e shows pela frente. "Nunca seremos uma banda famosa por vender milhares de discos, e nem é o nosso objetivo", diz Chiquinho. "O que queremos é estar cada vez mais consolidados."
Fonte: Rolling Stone

Beatles - Fotos inéditas

Fotografias foram tiradas por uma fã, que foi recebida pelos integrantes do grupo em suas residências durante três anos, na década de 60; veja aqui as imagens

Sue Baker tinha apenas 15 anos quando decidiu bater na porta de Paul McCartney, John Lennon, Ringo Starr e George Harrison, em 1965. O resultado foram cerca de 50 fotos inéditas tiradas pela beatlemaníaca, que agora serão leiloadas em 3 de agosto, em Reading, perto de Londres, pela casa de leilões Cameo. As informações são do site do jornal britânico Daily Mail.

O álbum de Baker, hoje com 59 anos, tem o preço avaliado entre £ 2 mil e £ 3 mil (R$ 5,4 mil e R$ 8,1 mil), incluindo imagens em cores e em preto branco dos Beatles em suas respectivas casas ou jardins, às vezes acompanhados por suas mulheres e filhos.

Na época, Baker foi até a casa de Paul McCartney, no bairro londrino de St. John's Wood, sendo cordialmente recebida por ele. Após várias visitas à casa do cantor, ela conseguiu o endereço dos outros integrantes do grupo, escrito pelo próprio McCartney em um envelope, que também será leiloado. "Eles sempre abriam a porta e falavam conosco, ficavam contentes de nos ver. Lembro de John [Lennon] dizendo que se não fosse por gente como eu, ele não moraria em uma casa tão legal", disse Baker ao Daily Mail.

A fã contou que, depois de um tempo, as pessoas que viviam na região contrataram vigias pela quantidade de fãs que começaram a aparecer. "Eles detiveram a mim e a uma amiga uma vez e nós insistimos que John estava nos esperando. Tocaram a campainha e, quando ele apareceu, disse que realmente nos esperava e que nunca mais impedissem pessoas de bater em sua porta novamente", revelou.

Sue Baker visitou os Beatles durante três anos (de 1965 a 1967) e disse que guardou as fotografias em uma caixa durante todos esses anos e sempre pensou em vender. "Espero que alguém aproveite o material, me traz boas lembranças", completou.

O porta-voz da audição, Alan Pritchard, também falou ao Daily Mail: "É uma coleção maravilhosa de fotografias inéditas. (...) Há muitos fãs dos Beatles ao redor do mundo e tenho certeza que todos vão amar esse material único."
Fonte: Rolling Stone


Veja a Galeria Completa:

Sue Baker e seu irmão, Philip, com George Harrison na porta de sua casa, em Londres

Baker com John Lennon em sua casa, na década de 60


Fotografia de John Lennon clicada por Sue Baker durante uma de suas visitas em sua casa

Sue Baker posando na Mini Cooper de George Harrison, no jardim da sua do ex-Beatle

Sue Baker com Ringo Starr

A piscina da casa de George Harrison


Casa de George Harrison, com os dizeres pintados na janela: "Mick e Marianne estiveram aqui" - referindo-se a Mick Jagger e Marianne Faithful


Envelope em que Paul McCartney escreveu os endereços dos demais integrantes do grupo

Irmão de Sue Baker, Philip, em frente à casa de Ringo Starr