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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Dicas da língua portuguesa

Regionalismo

"Eu sarto de banda"

O programa Nossa Língua Portuguesa já abordou algumas vezes a questão do preconceito lingüístico. Muitas pessoas ainda manifestam preconceito contra variantes lingüísticas típicas de determinadas comunidades. Isso é de lamentar, pois, na verdade, o modo como comunidades do interior de São Paulo, por exemplo, pronunciam certas palavras e fonemas enriquece o patrimônio cultural da língua portuguesa.

Veja este trecho da canção "De repente Califórnia", de Lulu Santos e Nélson Motta:

... O vento beija meus cabelos
as ondas lambem minhas pernas
o sol abraça o meu corpo
meu coração canta feliz.
Eu dou a volta, pulo o muro
mergulho no escuro
sarto de banda.
Na Califórnia é diferente, irmão
e muito mais do que um sonho...

Você notou, a certa altura, a expressão "sarto de banda". Não há nenhum problema nisso! Afinal, trata-se de uma letra de música, e não de uma dissertação formal. É muito importante que nós tenhamos noção da variante lingüística empregada em determinado ambiente. Não seria admissível escrever "sarto de banda" ou qualquer outra expressão similar num texto formal. Mas numa conversa informal, numa canção, não há o menor problema.

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"trocar de mal" e "ficar de mal"

Existem determinadas expressões brasileiras que mudam de Estado para Estado. Um exemplo é a expressão "ficar de mal", que em alguns lugares recebe a variação que vemos no trecho abaixo da música "Espelho", de João Nogueira:

...troquei de mal com Deus por me levar meu pai...

Em São Paulo ninguém diz "troquei de mal", que é próprio do Rio de Janeiro e de outras regiões. Em São Paulo a expressão equivalente seria "fiquei de mal".

Nessa mesma letra João Nogueira escreve:

... um dia eu me tornei o bambambã da esquina....

"Bambambã" é uma expressão conhecida em todo o território nacional: "o bambambã do futebol" é o número 1 do time.

Observe outros casos em que uma expressão pode apresentar variação quanto à forma:

Em São Paulo, as pessoas descem do ônibus.
No Rio de Janeiro, elas saltam do ônibus.
A média na capital paulista é café com leite.
Em Santos, média é um pãozinho.
Em Itu (SP), pãozinho é filão.
O filão em S. Paulo, capital, é um pão grande.

A língua oficial não pode ser usada o tempo todo e em qualquer situação; por isso as variações existem e são enriquecedoras.

É o caso da palavra "cacete". A palavra "cacete" em língua culta significa "enfadonho". Assim, "um filme cacete" seria um filme enfadonho.

Nas padarias de Salvador, não se espante se, ao pedir 5 pãezinhos, a balconista avisar ao padeiro: "Salta 5 cacetinhos". Seria estranho, em São Paulo, alguém pedir em uma padaria "cinco cacetinhos".

Há ainda a expressão "do cacete", com função qualificadora e mesmo superlativa. Um livro "do cacete" é um livro "excelente". Uma campanha publicitária sobre o Caribe aproveitou essa gíria para montar um trocadilho: "Aruba é do Caribe". É claro que Aruba é do Caribe, mas a intenção é outra. Esse "Caribe" da frase está no lugar de "cacete", com quem compartilha o "ca" inicial.






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