POEMA DOS OLHOS DA AMADA
Ó minha amada / Que olhos os teus
São cais noturnos /Cheios de adeus
São docas mansas /Trilhando luzes
Que brilham longe / Longe dos breus...
Ó minha amada /Que olhos os teus
Quanto mistério / Nos olhos teus
Quantos saveiros / Quantos navios
Quantos naufrágios / Nos olhos teus...
Ó minha amada / Que olhos os teus
Se Deus houvera / Fizera-os Deus
Pois não os fizera / Quem não soubera
Que há muitas era / Nos olhos teus.
Ah, minha amada / De olhos ateus
Cria a esperança / Nos olhos meus
De verem um dia / O olhar mendigo
Da poesia / Nos olhos teus.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
VINÍCIUS DE MORAES
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