Ela

Ela apareceu repentinamente em minha vida. 

Tão repentinamente quanto a forma como nos envolvemos.

Ela mexeu demais comigo, com seu jeito meigo e carinhoso.

Por maior que seja o receio e suas cicatrizes passadas, mostrou que o recomeço é árduo, mas pode valer à pena. 

Ela tem o olhar de uma criança abandonada, que ao mesmo tempo inspira esperança e conversa comigo, me dizendo do que ela precisa e como agir para fazê-la sorrir.

O semblante de uma menininha inocente e indefesa, com um sorriso deslumbrante, que contagia até a mais fria das criaturas.

A pele possui a semelhança familiar de um pêssgo, onde o perfeito pálido destona com o vermelho repentino, de forma harmônica deixa escapar mesmo sem querer seus pensamento, humores e sentimento, agindo como uma forma de expressão, um termômetro de sua intenção, vontade, humor e paixão.

Um cabelo ondulado, feito perfeitamente para o encaixe de meus dedos como um brinquedo, um passa-tempo para minhas mãos.

Um cheiro que me leva à outro mundo, uma atmosfera diferente. Um lugar onde nada pode me atingir ou me deter. E onde sou capaz de fazer qualquer coisa.

Longe dela sou um leão agressivo e desajeitado, pronto para atacar à qualquer vestígio de uma ameaça. Sob o controle de suas pequenas e macias mãos sou um gato inofensivo, manhoso e bobalhão, que pede apenas sua atenção. 

Com ela por perto, gosto mais de mim. E longe dela os minutos demoram à passar, me restando a agonia da espera de seu reencontro.

Quero ser o amigo mais sincero e o brinquedo do seu ego. 

A paixão de sua vida e a razão de seus sorrisos. 

O motivo do adormecer e a razão para o amanhecer.

Não sou o dono das verdades e nem tenho o poder de realizar tudo unicamente por mim, mas quero ser o encaixe perfeito de seu coração, mostrando a ela um mundo diferente, uma vida que nunca experimentou.

Aprender e ensinar o que é a verdadeira paixão, de forma sincera e sem mais dor.