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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Guaíba, Rio e não Lago

É mais que oportuno contestar o mérito dessa troca de designação que burocraticamente transformou o Rio em Lago, como uma descoberta inédita e inovadora.

Em qualquer compêndio de geografia está claramente definido o que é rio e o que é lago.
No nosso conceituado dicionário Aurélio diz o seguinte: Rio é um curso de água que se desloca de um nível mais elevado para um nível mais baixo, aumentando progressivamente de volume, até desaguar no mar, num lago ou noutro rio.

Ora, o Rio Guaíba é tudo isto. Seu nível na altura de Porto Alegre é mais alto que em Itapuã onde alcança a Lagoa dos Patos, fato que lhe dá uma correnteza característica, lenta nas épocas de estiagem e acelerada durante as enchentes. Ele recebe as águas dos rios Jacuí, Caí. dos Sinos e Gravataí, que por ele fluem e vão desaguar na Lagoa dos Patos, logo é rio e ninguém pode negar isso. Seria um lago se fizéssemos uma enorme represa em Itapuã, estagnando as águas. Mas este não é o caso, felizmente.

Os argumentos baseados em "índices de sedimentação" e "retenção das águas" são puramente acadêmicos. Quais são estas regras e quem as fez, que estabelece um determinado índice, rígido, para diferenciar um rio de um lago, desconsiderando fatores básicos muito mais importantes? Retenção das águas há em qualquer superfície aquática exposta às ações dos ventos ou das marés. Vemos isto no Rio Amazonas e no próprio Rio Jacuí, mas elas são momentâneas e no caso do Guaíba não impedem que as águas dos rios que nele deságuam venham por sua vez a desaguar na Lagoa dos Patos. Não existe regra alguma que possa modificar esse inabalável fato, determinante para a designação.

Até já se ouviu argumentos de que um tão belo pôr-do-sol como o nosso não poderíamos desfrutar da margem de um rio; apenas de um lago! Isto chega a ser ridículo e dispensa maiores comentários. Concordamos que ele possa ter a forma de um lago, embora não o sendo.

Seguindo esta linha "inovadora", a Lagoa dos Patos teria que ser o Lago dos Patos e o Guaíba seria a Lagoa Guaíba, já que uma lagoa é sempre menor que um lago. Faz sentido?

Infelizmente, o nosso Rio está sendo agredido e poluído por todos os lados: esgoto in natura, defensivos agrícolas, dejetos plásticos e poluição industrial. É agressão mais que suficiente. E a isto agora soma-se também a agressão ao seu histórico e centenário nome, consagrado por toda a sua população há mais de dois séculos. Vale fazer um esforço para salvar o nosso Rio de todas essas agressões, começando por reverter esta tendência burocrática de mudar para ser diferente, sem argumentos convincentes, contradizendo o que já é um fato estabelecido dentro de normas vigentes e universalmente aceitas. Lamentável também é que nas nossas escolas estejam difundindo entre os jovens estudantes esta modificação de nomenclatura, que não faz qualquer sentido e não tem nenhum valor prático.

Fonte: popa.com.br

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