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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

EU ETIQUETA

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer principalmente.)
E nisto me comparo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.

Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

domingo, 31 de julho de 2011

Frase do dia

"O Amor não define o que é mais e o que é menos... Simplesmente se faz ou não presente quando bem entende. Se você é capaz de controlar seus atos e suas vontades, ele não está dentro de você."
(Tuka Borba)

domingo, 29 de maio de 2011

Debora Blando - Innocence

Raul Seixas - Metamorfose Ambulante

As rosas não falam (Cartola)



Beth Carvalho

sábado, 7 de maio de 2011

Cartola - Peito Vazio




Nada consigo fazer
Quando a saudade aperta
Foge-me a inspiração
Sinto a alma deserta
Um vazio se faz em meu peito
E de fato eu sinto
Em meu peito um vazio
Me faltando as tuas carícias
As noites são longas
E eu sinto mais frio.
Procuro afogar no álcool
A tua lembrança
Mas noto que é ridícula
A minha vingança
Vou seguir os conselhos
De amigos
E garanto que não beberei
Nunca mais
E com o tempo
Essa imensa saudade que sinto
Se esvai

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Frase do dia

A intenção de entender, agora já passou. Tudo ficou pra trás... Sonho é botão de amor, é flor que não se dá. (Tuka Borba)

Chuva - Beco s/a

Tentei correr
Tentei fugir mas não saí daqui
Olhei pro lado, lugar errado
Onde é que eu estou?
Pouco importa
Quando parar, vou descer
Vou correr da chuva
Vou entrar pra ficar

Me perco em números
Apago a memória
Mas logo me encontro em você
Às vezes sai do bolso a solução
Metal de troco
Senha, isqueiro, cartão

Vou subir mas antes ligo pra avisar
Ou talvez não
Portão aberto e o silêncio pra variar
As chaves no chão

Vou entrar sem bater mas espera lá!

Qual é o seu nome?
De onde você vem?
O que te consome?
E o que te convém?

E você diz: - Nem sei mais explicar.
E eu já nem quero, prefiro pensar
Apenas pensar...

Letra e Música: Tuka Borba

terça-feira, 26 de abril de 2011

Horizontes da Mente - Miramez

AMOR À DISTÂNCIA

O amor é a maior virtude. Ele se manifesta por vários métodos, veste roupas inimagináveis, pelo fato de ser amor e se dividir em todas s direções para ser útil a todas as criaturas.

Ele é qual as ondas hertzianas, que vibram como microondas médias e longas.
Ele ainda é muito mais, porquanto invade todas as frequências e auxilia em todas as distâncias, da mínima à máxima, levando a mensagem de esperança, de alegria, de caridade e da existência de Deus.

João Evangelista afirma que Deus é amor. Na verdade, vos dizemos que o Senhor é muito mais que o amor, por ser esta lei feita por Ele, conquanto seja a virtude que coroa os anjos, que aureola os santos e que liberta os místicos. Ela é a maior dentre as grandes no reino evangélico.

Amar é algo divino, que pode acontecer na Terra. Podemos sentir o amor da força eletrostática na grande mecânica do Universo, na harmonia das coisas em se reunirem por afinidade, até os grupos de almas puras, que se congregam por amor.

Aqui, vamos falar mais acentuadamente do amor à distância, espíritos que se simpatizam e que determinada distância separa.

Todavia, para a permuta de energias divinas, não há barreiras. As sequências de forças se cruzam na mais alta vitalidade.

Desde quando se ama verdadeiramente, o poder de transmitir os sentimentos através de vibrações é faculdade inerente a todos os seres que atingiram a razão.

O pensamento é veículo poderoso, cujo poder, pelo amor, ultrapassa em muitos casos a ciência e a filosofia, colocando os dois que se gostam frente a frente, em qualquer distância cósmica.

E ainda mais: as almas, atingindo certo grau de conhecimento, poderão ver-se mutuamente,
desabrochando o dom maior do coração - Amor com A maiúsculo. É o amor que confia, que alegra, que não se apega em demasia, que não entristece, que trabalha, que fraterniza.

Já dissemos que existem muitos tipos de amor no mundo, dos quais o mais frequente é o amor associado ao ciúme, é o amor paralelo ao egoísmo. É esse o amor que não confia, enlouquecedor. Trabalhemos, pois, meus filhos, para que esse estado de alma se modifique.

E é bom que convidemos Cristo para nos ajudar, na purificação dos sentimentos, transmutando as nossas qualidades nascentes em dignidade fecunda. Esse trabalho é feito na lavoura da mente.

O policiamento das ideias deverá se dar com urgência, modificando os impulsos do fluxo nervoso condicionados que, há tempos, nos fazem pensar automaticamente, caso em que se precisa de uma intervenção dinâmica da vontade e do raciocínio, para que a mente se liberte dos condicionamentos, entregando-se à verdade, libertando-se e iluminando-se com os preceitos evangélicos que encontramos em todas as religiões e altas filosofias do mundo inteiro.

Amar é ato sagrado, principalmente entre as criaturas que já atingiram ponto elevado do ambiente da felicidade. Quando o amor não duvida, ele cura, alegra, conforta, faz todas as virtudes brilharem por todos os roteiros, permanentemente.

Se porventura a vida separou alguém de vós, por motivo que desconheceis, não vos entristeçais. Deus é muito mais sábio do que julgais.

E, se amais verdadeiramente esse alguém, ele está em vosso coração, pois os recursos para tal podeis desenvolver, e as distâncias não existirão mais. Se por acaso sofreis a estranha doença da melancolia, com saudades profundas de alguém que não conheceis no presente, não desdenheis a vida por esse fato. Essa alma existe em algum lugar e também sofre, com certeza, as mesmas consequências.

Sede inteligente: apurai os sentimentos, desdobrai a tolerância e aumentai a fé na bondade de Deus, que o encontro há de se dar por sintonia, pois, na matemática divina, a equação é. . . amor.


Enviado por: Flávia Luiziane

domingo, 24 de abril de 2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Chico Buarque - Roda Viva