traducir esta página Translate this Page Traduci questa pagina traduire cette page

Google-Translate-ChineseGoogle-Translate-Portuguese to FrenchGoogle-Translate-Portuguese to GermanGoogle-Translate-Portuguese to ItalianGoogle-Translate-Portuguese to JapaneseGoogle-Translate-Portuguese to EnglishGoogle-Translate-Portuguese to RussianGoogle-Translate-Portuguese to Spanish

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Nova onda pornô aposta em heróis e séries de TV

Indústria pornô tira sarro de seriados e super-heróis para sair da crise

De olho em novo público, 'Batman XXX' e 'This ain't Glee'.
G1 entrevistou com exclusividade os dois principais diretores do gênero.

Em um determinado trecho do premiado musical da Broadway “Avenue Q”, o fantoche Treekie Monster canta uma música que virou febre no YouTube: “internet is for porn” (“a internet foi feita para a pornografia”).
O pior é que o boneco pode ter lá alguma razão. Na indústria do entretenimento, o cinema adulto é um dos mais prejudicados pela pirataria digital. Filmes inteiros são disponibilizados na rede ilegalmente, assim como o número de portais de vídeos dedicados ao tema não para de crescer.
Mas da mesma forma que Hollywood recicla sucessos garantidos dos quadrinhos, da TV e do cinema para garantir suas bilheterias nos cinemas, a pornografia também se aproveita de um modelo parecido para sair da crise.

“O mercado de DVDs adultos sentiu o impacto da concorrência da pornografia grátis que existe na internet, e nossas vendas caíram drasticamente nos últimos três anos. Você precisa dar aos consumidores uma razão para comprar os vídeos e as paródias são um meio perfeito: elas são divertidas, sexy e podem ser assistidas com seus amigos ou companheiro”, aposta o diretor Axel Braun, responsável pelos filmes “This ain't 'Glee' XXX ”e “This ain't 'Avatar' XXX”, ambos inéditos.


'Batman XXX' e 'Superman'
O cineasta é um bom exemplo dessa onda que tomou conta da indústria pornô. Após se destacar na direção de sátiras de “Star trek”, “Beverly Hills 90210”, “Cops” e “Happy days”, ele foi contratado pela produtora Vivid para ser o coordenador da mais nova área da empresa: a Vivid Superhero, dedicada apenas a sátiras de super-heróis dos quadrinhos.
O primeiro fruto da parceria é “Batman XXX: a porn parody”, cujo trailer superou 150 mil visualizações no YouTube em apenas um dia e rapidamente se tornou o mais vendido da produtora. Chama a atenção a produção do filme, rodado em alta definição e com roupas que não são “toscas”.
“O orçamento é um grande diferencial desse gênero. A Vivid é a maior produtora do mundo e está investindo mesmo. Para ‘Superman’, por exemplo, o ator principal é um instrutor de skydiving na vida real e nós vamos gravar cenas dele pulando de um avião e usando a vestimenta do Superman!”, adianta Braun, que explica que a paródia não infringe nenhum tipo de direito autoral.
“Existe uma lei aqui que protege o direito da sátira. A Vivid tem uma enorme equipe de advogados experientes por trás”.
Trailers sem cenas de sexo
Outra forte tendência do mercado adulto é a paródia das séries de TV americana, cada vez mais populares fora dos Estados Unidos. O canadense Lee Roy Myers, formado em cinema, já filmou versões pornôs de programas como “The office”, “The big bang theory”, “True blood”, “Friends”, “Seinfeld” e “Curb your enthusiasm”.
“Eu cresci acompanhando séries na TV e o videocassete dos meus pais foi a minha babá”, conta Myers. “Para escolher um título, pensamos em programas e filmes que tenham personagens sobre quem achamos que as pessoas fantasiariam. Por sorte, parece que existe bastante gente como eu por aí”, comemora.

Por justamente lidarem com fãs fanáticos e criteriosos, uma grande preocupação dos diretores é a concepção dos roteiros, assim como a seleção do elenco. Braun, por exemplo, admite ser nerd desde criança e faz questão de escrever os scripts de seus filmes. Já Myers fica mais de olho em encontrar atores que realmente saibam atuar e decorar falas com mais de dois minutos.
“Nós fazemos testes com atores para cada filme. Tentamos encontrar aqueles que pareçam e soem como os personagens que vão parodiar, e temos de ter certeza de que eles conseguem atuar. Nós temos muita sorte de acharmos estrelas pornôs tão talentosas como Ashlynn Brooke, Kimberly Kane, James Deen, Ralph Long, Kristina Rose e tantos outros”, elenca Myers.
Para atingir um público maior, os estúdios têm se preocupado em fazer trailers sem cenas de sexo, que podem ser assistidos no trabalho ou no computador da família. “Eles chegam a um expectador que não sabia o que estava perdendo. Toda vez que escrevemos e filmamos um novo projeto nos preocupamos em fazer também os trailers sem cenas de sexo”, explica Myers.
Mas, ao mesmo tempo, esses filmes não podem se esquecer daqueles que consomem esse tipo de produto há muito tempo. “Sei que obviamente tenho de incorporar cinco cenas de sexo em um espaço de 20 minutos. A não ser que eu queira fazer um filme de quatro horas, não posso me aprofundar demais em um personagem. Não vamos esquecer que a razão primária de alguém comprar um filme pornô é se masturbar”, ri Braun, curiosamente filho de um diretor que também realizava paródias eróticas de filmes do James Bond nos anos 1970.

(Amauri Stamboroski e Gustavo Miller)
Do G1, em São Paulo

Nenhum comentário: