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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O verbo "haver"

"haviam vários trabalhadores" ou "havia vários trabalhadores"?

Haja paciência!" Todos já ouvimos essa expressão. Esse "haja" é o verbo "haver" no presente do subjuntivo. Esse verbo talvez seja o mais desconhecido quanto às suas flexões. Muitas vezes é usado sem que o usuário tenha consciência de que o está usando.

Estive aqui há dez anos.

O "há" presente na oração é o verbo "haver" e pode ser trocado por outro verbo: "Estive aqui faz dez anos".

Existem deslizes típicos de quem não conhece as características do verbo "haver". Quando se diz "Há muitas pessoas na sala", conjuga-se o verbo "haver" na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. Note que não foi feita a concordância do verbo "haver" com a palavra "pessoas". Não se poderia dizer "Hão pessoas".

O verbo "haver", quando usado com o sentido de "existir", fica no singular. O verbo "existir", sim, flexiona-se normalmente:"Existem muitas pessoas na sala".

A confusão tende a aumentar quando o verbo "haver" é usado no passado ou no futuro. Em certo trecho, a versão feita pelo conjunto "Os incríveis" da canção "Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones" diz:

Não era belo, mas mesmo assim havia mil garotas a fim....

Nessa canção o verbo "haver" foi empregado com o sentido de "existir". Logo, está correta a versão com o verbo no passado e no singular.

No Brasil, diz-se "cabe dez", "sobrou 30", "falta 30". Geralmente não se faz concordância. Mas, quando não é necessário fazer, erra-se. "Houveram muitos acidentes naquela rodovia". Essa construção está equivocada. As construções abaixo estão corretas:

Houve muitos acidentes naquela rodovia.

Haverá muitos acidentes naquela rodovia.

Houve muitos acidentes naquela rodovia.

Há vários trabalhadores filiados a essa associação.

Havia muitos trabalhadores filiados a essa associação.

Houve muitos trabalhadores filiados a essa associação.

Vale repetir: "O verbo "haver", quando empregado com o sentido de existir, ocorrer, acontecer, fica no singular, independentemente do tempo verbal.

Fonte: TV Cultura - Alô Escola



terça-feira, 14 de setembro de 2010

O verbo "existir"

"existe pessoas" ou "existem pessoas?"?


Já comentamos várias vezes, no "Nossa Língua Portuguesa", que no Brasil, na língua do dia-a-dia, a concordância nem sempre é respeitada. O verbo "existir" é umas principais vítimas desse desrespeito. Tomemos a letra de uma canção, "Firmamento", gravada pelo Cidade Negra, para exemplificar o seu funcionamento:

... você não sai da minha cabeça
e minha mente voa
Você não sai, não sai, não sai, não sai...
Entre o céu e o firmamento
existem mais coisas do que julga
o nosso próprio pensar
que vagam como o vento
e aquele sentimento de amor eterno
Entre o céu e o firmamento
existem mais coisas do que julga
o nosso próprio entendimento
que vagam como o vento
e aquele juramento de amor eterno.

Está corretíssima a construção "existem mais coisas". O verbo "existir" sempre tem sujeito e, portanto, deve concordar com ele. Se o sujeito é plural, esse verbo também deve aparecer no plural:

existem coisas
existem pessoas
existem situações

Vamos ver outro verbo que nem sempre anda na linha. A canção é "O ponteiro tá subindo", gravada pelo Camisa de Vênus:

Olhei para o relógio
e já era quase três
o que aconteceu
eu vou contar para vocês
e eu tentando entender
fazendo rock’n’roll
até o amanhecer.

Na letra do Camisa de Vênus o ponteiro pode estar subindo, subindo, mas a concordância desceu a ladeira. No verso "e já era quase três", uma referência a horário, a concordância não foi corretamente observada. O verbo "ser", na indicação de horário, deve concordar com o número de horas:

já é uma hora
já são duas horas
já são três horas

Sempre é bom lembrar que a concordância com meio-dia, meia-noite e uma hora é feita sempre no singular:

Já é meio-dia
Já é meia-noite
Já é meio-dia e quarenta e sete
Já é uma e quinze

Mais alguns exemplos:

Duas e cinco = são duas e cinco
Uma e cinco = é uma e cinco
Cinco para as duas = são cinco para as duas / faltam cinco para as duas

Fonte: TV Cultura - Alô Escola

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O verbo "fazer"

"faz vinte anos" ou "fazem vinte anos"?

Como se deve dizer: "Quando conheci sua prima, eu morava lá dez anos" ou "Quando conheci sua prima, morava lá havia dez anos"?

A dica para resolver esse dilema é simples: substitua o verbo "haver" pelo verbo "fazer", pois eles se equivalem quando indicam tempo.

Eu morava lá fazia dez anos

Eu morava lá faz dez anos

Não há dúvida de que a primeira soa melhor. E isso porque a forma "fazia", do pretérito imperfeito, está em harmonia com a forma "morava", também do pretérito imperfeito.

Portanto, ao usar o verbo "haver" naquela mesma situação, ele deve estar no pretérito imperfeito:

Eu morava lá havia dez anos

Os tempos verbais devem, portanto, estar em acordo:

moro -->
moro --> faz
morava --> fazia.
morava --> havia

É assim que exige o padrão formal da língua.

Fonte: TV Cultura - Alô Escola



O verbo "fazer"

"faz dez anos que eu morava lá" ou "fazia dez anos que eu morava lá"?

O "Nossa Língua Portuguesa" fez a seguinte pergunta às pessoas na rua:

Qual a forma correta: "Vai fazer 5 semanas que ela foi embora" ou

"Vão fazer 5 semanas que ela foi embora"?

De sete pessoas ouvidas, três acertaram. A forma correta é: "Vai fazer 5 semanas que ela foi embora".

O "Nossa Língua Portuguesa" foi às ruas mais uma vez e propôs a seguinte questão:

"Faz vinte anos que estive aqui" ou "Fazem vinte anos que eu estive aqui"?

As opiniões ficaram divididas. A forma correta, porém, é:

Faz vinte anos que estive aqui.

O verbo "fazer", quando indica tempo, não tem sujeito. Tal não ocorre com o verbo "passar". Pode-se e deve-se dizer: "Passaram dez anos". De fato, os anos passam. Mas não é aceita a construção "Fazem dez anos".

Nas locuções verbais em que o verbo "fazer" é associado a outro na indicação de tempo, o verbo auxiliar também não varia: " Já deve fazer vinte anos que ela foi embora ". Está fora de cogitação escrever "Já devem fazer vinte anos ...". Nesses casos o verbo "fazer" vem sempre no singular.

Por fim, em qualquer tempo que seja usado, o verbo "fazer", quando indica tempo transcorrido, não deve ser flexionado:

Faz dez anos
Faz vinte dias
Faz duas horas
Já fazia dois meses
Fez cinco meses

Vamos a outro exemplo de concordância, tirado da canção "O Poeta Está Vivo", com o Barão Vermelho:

Se você não pode ser forte, seja pelo menos humana.
Quando o papa e seu rebanho chegar não tenha pena:
todo mundo é parecido quando sente dor.

A letra usa indevidamente o verbo no singular. Se "Papa e rebanho chegam", a concordância na frase acima deveria ser antes "quando o papa e seu rebanho chegarem".

Seria bom que ao menos na escrita a concordância verbal fosse observada.

Fonte: TV Cultura - Alô Escola