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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Verbo antes do sujeito

"faltaram muitos alunos hoje" ou "faltou muitos alunos hoje"?

É comum ouvirmos as pessoas dizer "Acabou as ficha", "Sobrou quinze", "Falta dez". Certo dia estava escrito num jornal de grande circulação: "Chegou as tabelas do Mundial". Erro tanto mais grave porque se trata de língua escrita, em que a concordância merece maior atenção.

Um exemplo de concordância verbal corretamente observada acha-se na canção de Paulinho da Viola "Quando bate uma saudade".

... Vibram acordes
Surgem imagens
Soam palavras
Formam-se frases...

Nessa canção, Paulinho da Viola canta com muita clareza frases com os verbos colocados antes do sujeito, todas com a concordância perfeitamente observada. Os substantivos estão no plural, os verbos também.

Isso é difícil de ocorrer no nosso dia-a-dia. Seja como for, na linguagem oficial é fundamental estabelecer a concordância:

Acabaram as fichas.
Acabaram-se as fichas.
Sobraram quinze.
Faltam dez.
Restam vinte.
Partiram todos.

Um trecho da canção "Música Urbana", do Capital Inicial, traz um verbo interessante que nem sempre é flexionado corretamente:

Tudo errado, mas tudo bem.
Tudo quase sempre como
eu sempre quis.
Sai da minha frente, que
agora eu quero ver.
Não me importam
os seus atos
eu não sou mais
um desesperado.
Se eu ando por
ruas quase escuras
as ruas passam

Trata-se do verbo "importar". O letrista fez a concordância corretamente: "não me importam os seus atos". Os atos não têm importância, portanto eles não importam. Basta fazer concordar verbo e sujeito: Atos está no plural, então o verbo também deve ficar no plural.

Fonte: TV Cultura - Alô Escola 



sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Arnaldo Antunes








 
 
 
 


Arnaldo Augusto Nora Antunes Filho (São Paulo, 2 de setembro de 1960) é um músico, poeta, compositor e artista visual brasileiro.

Em 1978 ingressou em Letras da FFLCH-USP, onde seguiria o curso de Lingüística, não fosse o sucesso dos Titãs lhe tomar todo o tempo entre shows, gravações, ensaios, turnês e entrevistas.

No dia 13 de novembro de 1985, foi preso, juntamente com o colega de Titãs Tony Bellotto, por porte de heroína. Arnaldo passou 26 dias preso e foi condenado por tráfico de drogas. Desligou-se da banda em 1992, depois de dez anos de grupo, por conta de suas direções artísticas. Apesar de sua saída, Arnaldo continuou compondo com os demais integrantes do grupo e várias dessas parcerias foram incluídas em discos dos Titãs, assim como em seus discos solo.

Em 1997, fez participação especial no álbum Acústico MTV, dos Titãs. Na ocasião, Antunes cantou a faixa "O Pulso", música originalmente gravada no álbum Õ Blésq Blom, de 1989.

No ano de 2002, formou, em parceria com os amigos Marisa Monte e Carlinhos Brown, o trio Tribalistas, pelo qual lançaram o álbum homônimo. O álbum foi sucesso de público e crítica e vendeu, até 2009, mais de 2.100.000 cópias no Brasil e na Europa. Foi também indicado a cinco categorias do Grammy Latino em 2003, ganhando o prêmio de Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro.

Arnaldo ainda atuou como ensaísta na Folha de São Paulo, onde deixou evidente o substrato teórico que transparece no seu trabalho estético. Lançou no final do ano de 2007 o primeiro DVD de sua carreira, o premiado Ao Vivo no Estúdio, que passeia por toda sua carreira e que conta com as participações especiais do ex-titã Nando Reis, do titã Branco Mello, do ex-Ira! Edgard Scandurra e dos tribalistas Marisa Monte e Carlinhos Brown.

É conhecido na América do Sul por ser um dos principais compositores da música pop brasileira, respirando de influências concretistas e pós-modernas. Compositor de hits como "Pulso", "Alma", "Socorro", "Não vou me adaptar", "Beija Eu", "Infinito Particular", "Vilarejo", "Velha Infância" e "Quem Me Olha Só", já teve suas canções interpretadas por artistas como Jorge Drexler, Marisa Monte, Nando Reis, Zélia Duncan, Cássia Eller, Frejat, Margareth Menezes, Pepeu Gomes, além, claro dos Titãs, banda da qual fez parte até 1992.

Curiosidades

Arnaldo Antunes é compositor e intérprete da canção "Lava as Mãos", que era exibida no programa educativo Castelo Rá-Tim-Bum, que, por sua vez, é o maior sucesso de audiência da história da TV Cultura.

Discografia solo

Álbuns de estúdio

Nome (1993)

Ninguém (1995)

O Silêncio (1996)

Um Som (1998)

O Corpo (2000)

Paradeiro (2001)

Tribalistas (2002) (em parceria com Marisa Monte e Carlinhos Brown)

Saiba (2004)

Qualquer (2006)

Iê Iê Iê (2009)

[editar] Álbuns ao Vivo

Ao Vivo no Estúdio (2007)

Discografia com a Titãs

Álbuns de estúdio

Titãs (1984)

Televisão (1985)

Cabeça Dinossauro (1986)

Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas (1987)

Õ Blésq Blom (1989)

Tudo ao Mesmo Tempo Agora (1991)

Álbuns ao vivo

Go Back (1988)

Videografia

Tribalistas (2002)

Ao Vivo no Estúdio (2007)

Livros

Ou e (1983)

Psia (1986)

Tudos (1990)

As Coisas (1992) - Pelo qual ganhou o Prêmio Jabuti de Poesia em 1993

Nome (1993)

2 ou + Corpos no Mesmo Espaço (1997)

Doble Duplo (2000)

40 Escritos (2000)

Outro (2001)

Palavra Desordem (2002)

ET Eu Tu (2003)

Antologia (2006)

Frases do Tomé aos Três Anos (2006)

Como É que Chama o Nome Disso (2006)

igações externas

O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Arnaldo Antunes.Bate-Papo UOL com Arnaldo Antunes

Referências

1.↑ Perfil: Arnaldo Antunes. Veja São Paulo.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Fora de si - Arnaldo Antunes

Coletânea de poemas e canções da MPB de autores e períodos diversos.
Cada texto é seguido de breve análise, literária e/ou gramatical, que aponta interessantes caminhos para apreciar a poesia.

Fora de si

Eu fico louco
eu fico fora de si
eu fica assim
eu fica fora de mim
Eu fico um pouco
depois eu saio daqui
eu vai embora
eu fico fora de si
Eu fico oco
eu fica bem assim
eu fico sem ninguém em mim.

De saída, quer dizer, já a partir do título, a letra é afrontosa.

Eu fico fora de mim ou eu fico fora de si?

Nós nos enganamos ou nós se enganamos?

No padrão culto da língua, devemos falar "eu fico fora de mim" e "nós nos enganamos". Mas ninguém vai negar que as construções "fora de si" e "nós se enganamos" são ultracomuns na língua popular. Por que será que o autor não respeitou a correspondência entre os pronomes (eu/me, mim)?

Vejamos os primeiros versos da composição:

"Eu fico louco
eu fico fora de si
eu fica assim
eu fica fora de mim".

Vamos analisar cada um dos versos. Você encontrou algo estranho no primeiro verso? Nada estranho, não é mesmo? Não há nenhum problema com "eu fico louco", a concordância verbal está bonitinha e a nominal, ao que supomos, também. Quer dizer, pela flexão no masculino do adjetivo, imaginamos que o eu da canção é um homem. Até aí, tudo bem.

E o segundo verso? Este retoma o título. Por que a frase saiu dos trilhos da norma culta? Se você ler direitinho o primeiro verso, vai começar a entender por quê: o sujeito está ficando louco, está ficando com "parafusos a menos".
Realmente, a julgar pelo rumo que vai tomando essa letra, ele se desmiola cada vez mais. Ora, esse desarranjo mental tem como conseqüência um desarranjo sintático.
É como se os termos nas frases ficassem girando em falso, sem ligação entre si. Desreguladas, as frases ficam como que sem pé nem cabeça, ou com pé e cabeça trocados.

Vejamos o terceiro e o quarto versos. O que aconteceu? O pronome eu pede obviamente o verbo flexionado na primeira pessoa do singular (fico).
Mas o compositor não levou em conta essa concordância e colocou o verbo na terceira pessoa do singular:"eu fica assim".
Parece até gringo falando a nossa língua, não é? Na linha seguinte, o fora de si é corrigido para fora de mim, mas o certo continua errado aqui.
Assim, em "eu fica fora de mim" temos um movimento de afirmação e de transgressão da própria integridade (mental e sintática). No entanto mesmo a correção sintática pode indicar transgressão. Em "eu (...) fora de mim", a norma gramatical, respeitada, indica desvio psíquico, o que é confirmado pelo conjunto da frase: "eu fica fora de mim".

A letra opera mínimas variações em torno dessa célula: "ficar fora de si".

Arnaldo Antunes pinçou do dia-a-dia um desvio gramatical e o tomaram ao pé da letra como se tivessem entrevisto nele potencialidade expressiva. E não é que tinha mesmo? Quem vai negar que "eu fico fora si" é forma perfeitamente casada ao conteúdo? Ou, repetindo o que dissemos acima, que o desarranjo sintático aqui imita o desarranjo mental? Quem vai negar isso, não é mesmo? Eu é que não.

Vamos ver agora o resto da música:

"Eu fico um pouco
depois eu saio daqui
eu vai embora
eu fico fora de si
Eu fico oco
eu fica bem assim
eu fico sem ninguém em mim".

"Eu fico um pouco/depois eu saio daqui". Como assim? A que se refere "daqui"? Então o letrista diz:"eu vai embora/ eu fico fora de si". Ora, "daqui" é o "eu", para fora do qual ele sai e no qual ele fica só "um pouco".
O advérbio "fora" significa exteriormente, na parte externa, ou lugar diferente do da residência habitual ("dormir fora"), entre outras acepções que matizam o sentido original de lugar exterior. Bem, esse advérbio, aplicado à pessoa, ao eu, transmite a este características de lugar. É como se "fico fora de si" pudesse ser lido também como "dormi fora", como se "fico um pouco (em mim)" parodiasse "fico um pouco em casa".

Constrói-se, desse modo, uma afinidade entre o estar em si e o estar em casa.
Note-se ainda que o verso "eu fico fora de si" retorna na passagem citada, logo depois de "eu vai embora". O ir embora de si, formalizado pelo desvio de concordância, é ficar fora de si.
O eu sai de si mesmo e deixa a casa vazia, "sem ninguém em mim". Mas esse "mim" não é o eu. Calma! Não vá ter um torcicolo mental!... Você não vai apanhar de jeito nenhum esse cara. Quando você estiver indo, ele estará voltando.
Ele deu só pistas falsas. Ele deixa uma luzinha acesa, e você acha que ele está em casa; ele começa a acertar o passo gramatical, e você já acha que ele achou a saída do labirinto. Não se iluda: a casa está vazia e o seu dono está errando por aí ("errando" no sentido de cometer erros e de vaguear, de andar a esmo).

Fonte: TV Cultura - Alô Escola

O espelho da História

Viajar é sempre uma conquista. Pode ser a nosso descobrimento. Fronteiras internas e externas que se ampliam e nos trazem novas paisagens e novos deslumbramentos. Quem em casa fica em paz, não faz boa romaria. Perde oportunidades e emoções, freqüentemente náufrago no desconhecimento, no preconceito, na simplificação e no provincianismo. A cidadania, a própria liberdade depende de nossa coragem para abrir os olhos - e também para abrir as asas.
Uma caminhada pelo ocaso do século 20, por exemplo, será sempre surpreendente e esclarecedora. Nos velhos quartéis da Rússia, o temido exército vermelho que mantinha o mundo imobilizado pelo medo ou pela esperança, agora descasca batatas, toma banho de cuia e lava seu uniforme puído nos córregos da decadência.

Na Alemanha vencida algumas décadas atrás, pelos deuses da embriaguez e do tormento, os alemães enfrentam os alemães, depois de caírem duas vezes de joelhos diante dos altares da guerra. O país se reergueu das cinzas, refez-se. E o desenvolvimento acelerado desceu das montanhas como uma irresistível peça de Wagner.

Homens, antes temidos, foram empurrados pelo destino para a solidão e a morte. Dialeticamente, as vítimas dos ditadores e do autoritarismo foram muitas vezes levadas da clandestinidade para os centros do poder.

Nestes primeiros tempos do século 21, desabam os mitos e se multiplicam as heresias. Desapareceram a bipolaridade e as simplificações da Guerra Fria. Não há mais santuários ou territórios sagrados. Convivemos com " a esperança e o temor - essas duas faces do futuro incerto" como disse Borges. Mas a desordem de hoje marca um renascimento. A democracia é agora a nossa grande aventura. Ela nos coloca diante do implacável espelho da História.

Rodolfo Konder

Concordância com pronome relativo e expressões expletivas

Muitos dizem "não foi eu" e supõem que esse "foi" vale em qualquer caso. Não é bem assim.

Para ilustrar essa questão, tomemos um exemplo retirado da música "Foi Deus que fez você", de Luiz Ramalho.

Foi Deus que fez o céu
(...)
Foi Deus que fez você
Foi Deus...

"Foi Deus que fez". Por que "foi"? Porque Deus é 3ª pessoa, Deus é igual a "ele" e, portanto, "ele foi".

Mas cuidado: não é cabível dizer "Eu foi". Logo, "não foi eu" está errado. O correto é:

Não fui eu

Não fomos nós

O verbo que vem depois da palavra "que" também deve concordar com a palavra antecedente. Portanto deve-se dizer "Fui eu que fiz" ( eu fui, eu fiz), "Fomos nós que fizemos", "Foram eles que fizeram".

Outro caso que costuma causar embaraço é o da expressão expletiva "é que", expressão fixa. A canção "Só nós dois", de Joaquim Pimentel, faz uso dela mais de uma vez.

Só nós dois é que sabemos
o quanto nos queremos bem
Só nós dois é que sabemos
Só nós dois e mais ninguém...

A expressão "é que" é inalterável. Nunca diga "São nessas horas que a gente percebe", mas antes:

Nessas horas é que a gente percebe
É nessas horas que a gente percebe

Trata-se de uma expressão de realce, que pode também ser eliminada.
Veja os exemplos:

Só nós dois é que sabemos/Só nós dois sabemos.
É nessas horas que a gente percebe/Nessas horas a gente percebe.

A expressão "é que", expletiva, pode ser perfeitamente eliminada sem prejuízo da estrutura frasal.

Fonte: TV Cultura - Alô Escola

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Entidade propõe plano de saúde de acordo com perfil

Ideia é oferecer incentivos àqueles clientes que têm hábitos saudáveis

A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) vai propor a criação de planos de saúde de acordo com o perfil do consumidor. A ideia é oferecer incentivos - como desconto ou uma espécie de premiação - àquelas pessoas que têm hábitos saudáveis. O tema será levado à câmara técnica da Agência Nacional de Saúde (ANS), informou nesta sexta-feira o presidente da Abramge, Arlindo de Almeida, no encerramento do 15º congresso da entidade, realizado no Rio de Janeiro.

"Eu sou favorável a oferecer vantagens aos pacientes que, por exemplo, não fumem", defendeu. "Há o caso dos seguros de automóveis, em que as mulheres têm um desconto porque, comprovadamente, são mais prudentes", explicou Almeida.

Para ele, esse tipo de iniciativa pode funcionar como um incentivo para que as pessoas tenham comportamentos mais saudáveis. "Ajuda as pessoas a pararem de fumar, ou deixarem de ingerir bebidas alcoólicas". A proposta ainda está sendo formulada pela Abramge. Almeida acredita que, se os planos por perfis forem adotados, será uma forma de reduzir custos das operadoras. "Esse tipo de plano fará com que as pessoas façam medicina preventiva".

O presidente da ANS, Maurício Ceschin, disse que o órgão regulador vai "olhar (o tema) com atenção". Ele afirmou ainda que um grupo de trabalho já estava sendo criado para tratar de incentivos com relação aos idosos.

A coordenadora de Relações Institucionais da Proteste, Maria Inês Dolci, acredita que o perfil dos consumidores já é levado em conta pelas operadoras. "Já há exclusões do plano de acordo com os riscos". "Em um plano coletivo com muita sinistralidade, a mensalidade fica muito mais cara, essa questão do perfil é um tema extremamente novo e que precisa ir à debate", defendeu.

Fonte: Agência Estado


Tornozeleiras começam a ser colocadas em detentos

Duzentos presos do regime aberto utilizarão equipamento pelos próximos 90 dias

A Superintendência Estadual dos Serviços Penitenciários (Susepe) iniciou, na noite desta sexta-feira, a colocação das primeiras tornozeleiras em presos do regime aberto de casas prisionais da Região Metropolitana. O processo de implantação deve durar todo o final de semana. Conforme contrato firmado pelo Estado, serão locados 200 equipamentos para os próximos 90 dias.

Durante o dia, foram feitos ajustes técnicos nas tornozeleiras eletrônicas. Cada aparelho vai custar mensalmente aos cofres públicos R$ 500. O valor é inferior à atual média oficial de gasto por apenado em albergues, de R$ 700. Os presos beneficiados têm comportamento considerado "exemplar" pela Susepe.

Segundo a empresa fabricante, com sede em Pernambuco, o equipamento locado pelo Estado dispõe de um sistema de três cabos de aço e qualquer tentativa de destruição provoca o acionamento de uma alarme na central de monitoramento dos detentos. A companhia garante ainda que testes indicam a possibilidade, até mesmo, de jogar futebol e entrar no mar com o aparelho.

Fonte: Rádio Guaíba



quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Concordância verbal

"40% dos eleitores preferiram ou preferiu?"

A concordância verbal que envolve porcentagem deixa muitas pessoas em dúvida. Para ilustrar isso, o "Nossa Língua Portuguesa" foi às ruas e formulou algumas perguntas ao público.

Como se deve dizer: "Pedro ou Paulo será o próximo presidente da República" ou "Pedro ou Paulo serão o próximo Presidente da República"?

A maioria das pessoas acertou. "Pedro ou Paulo será ...". Somente um dos dois será o próximo presidente da República. O "ou" que aparece na oração é excludente, indica a exclusão de Pedro ou de Paulo da cadeira de Presidente da República. Logo, o verbo fica no singular.

Contudo, se alguém perguntar sobre sua preferência musical, a resposta poderá ser: "Tom ou Caetano me agradam". O "ou" presente nessa oração não é excludente; logo o verbo assume o plural.

Outra pergunta:

"40% dos eleitores preferiram" ou "40% dos eleitores preferiu"?

A expressão que determina o percentual está no plural ( "eleitores" ) e então não há outra opção. O determinante também pode estar no singular, como na questão seguinte proposta aos telespectadores:

"40% do eleitorado preferiu" ou "40% do eleitorado preferiram"?

Muitos acertaram. O termo que se segue ao percentual é singular; logo o verbo também permanece no singular. A forma correta é "40% do eleitorado preferiu". Mas e se não houver determinante acompanhando a porcentagem?

"40% preferiu" ou "40% preferiram"?

Como não há nada após a expressão percentual, vale o número 40, que é plural. Se fosse um número inferior a 2, então o verbo ficaria no singular.

40% preferiram

1% preferiu

1,8% preferiu

Fonte: TV Cultura / Alô Escola

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O Mestre: Adoniran 100 Anos

O mundo me condena
E ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber
Se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome.

Mas a filosofia
Hoje me auxilia
A viver indiferente assim.
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Para ninguém zombar de mim.

Não me incomodo
Que você me diga
Que a sociedade
é minha inimiga.
[Hoje] cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba
Muito embora vagabundo.

Quanto a você
Da aristocracia
Que tem dinheiro
Mas não compra alegria
Há de viver eternamente
Sendo escrava desta gente
Que cultiva hipocrisia.

100 anos de Adoniran Barbosa

Compositor de clássicos como “Trem das Onze” e “Saudosa Maloca”, sambista completaria centenário nesta sexta, 6
Relembre abaixo textos publicados na Rolling Stone Brasil e vídeos de Adoniran com Elis Regina e Clara Nunes.
Sambista compôs a trilha da miscigenação brasileira
Por André Maleronka

Texto do especial "100 Maiores Artistas da Música Brasileira", publicado na edição 25, outubro/2008

João Rubinato (1910-1982) criou o tragicômico Adoniran Barbosa quando era radialista, e a alcunha acabou por batizar o tragicômico sambista que ele se tornou anos mais tarde. Ainda que atacado pelos xenófobos do samba carioca como um "autor menor", o sotaque e os erros de português que imprimiu ao cancioneiro nacional foram invenções geniais. Sua obra é um mergulho na alma da miscigenação brasileira acontecida em São Paulo. A voz boêmia e a forma engraçada que escolheu para narrar os desoladores episódios do cotidiano dos sofredores paulistanos é um documento histórico e música da melhor qualidade. Em vida, gravou apenas três álbuns, repletos de clássicos como "Tiro ao Álvaro", "Trem das Onze" e "Samba do Arnesto".

Trem das Onze
Por Assis Angelo

Texto do especial "100 Maiores Músicas Brasileiras", publicado na edição 37, outubro/2009

Verdadeiro cartão-postal sonoro da capital paulista, "Trem das Onze" [número 15 da lista] foi composta em fins dos anos de 1950, mas ficou esquecida por cinco anos. Não fosse o produtor Braz Baccarin, da extinta Continental, provavelmente esse samba jamais fosse gravado - e só o foi por imposição dele, que queria que o grupo Demônios da Garoa, que estava em baixa, voltasse ao mercado com um disco recheado de músicas de Adoniran, de preferência inéditas. Ao remexer a gaveta, o fundador Arnaldo Rosa se deu conta do esquecimento. Arranjada às pressas, foi gravada numa madrugada de julho de 1964 e lançada em agosto do mesmo ano. Todo mundo conhece a saga do rapaz que mora no Jaçanã e não pode perder o trem.

Trecho do programa Ensaio, gravado pela TV Cultura em 1972: "Saudosa Maloca", "As Mariposa" e "Um Samba no Bixiga":



Adoniran e Elis Regina, imagens gravadas em 1978: "Iracema", "Um Samba no Bixiga" e "Saudosa Maloca"



Adoniran e Elis Regina, imagens gravadas em 1979: "Abrigo de Vagabundos"



Fonte: Rolling Stone